A SLC Agrícola acaba de comprar uma propriedade na Bahia por R$ 470 milhões, uma transação oportunística que foi bem recebida pelo mercado.
A aquisição não altera a estratégia asset light da companhia, que opera num modelo em que cerca de 65% de suas terras são arrendadas, e apenas 35% são próprias.
A Fazenda Paysandu, 12,4 mil hectares, já era administrada pela própria SLC como arrendatária.
A companhia controlada pela família Logemann vai desembolsar R$ 180 milhões à vista, R$ 110 milhões até o fim do ano e outros R$ 180 milhões até 2025.
O BTG elogiou a transação, que implica um preço de R$ 33 mil por hectare plantado. “Sorte é quando a preparo encontra a oportunidade,” escreveu o analista Thiago Duarte.
Terras agrícolas de alta produtividade na mesma região são negociadas por R$ 60 mil por hectare, segundo a S&P Global. Já o valor do arrendado é estimado em 15 sacas de soja por hectare.
Com o negócio, além de um desconto de 45%, o BTG estima que a SLC terá uma economia de R$ 30 milhões por ano em arrendamento.
“Aquisição de áreas não saiu do nosso escopo, ela continua,” Ivo Brum, CFO da SLC, disse ao Brazil Journal. “Só que vamos fazer isso mais oportunisticamente.”
O negócio traz junto uma algodoeira com capacidade de 750 fardos de pluma/dia e silos com 9 mil toneladas de capacidade de armazenamento.
O plano agora é fazer algum investimento na infraestrutura da sede para deixar a nova fazenda nos padrões das demais propriedades da companhia.
A ação da SLC sobe 1,5% no meio do pregão, com a ação cotada a R$ 51. A companhia vale R$ 10,8 bilhões na Bolsa.
A aquisição vem pouco antes do fim de um lockup que vai liberar certos membros da família controladora a vender parte de sua posição.
Em dezembro de 2021, a SLC anunciou uma reorganização societária envolvendo a transferência de 10 milhões de ações da controladora – a SLC Participações – para membros da família Logemann.
O lockup destas ações transferidas vence em junho.