A Americanas acaba de anunciar Sergio Rial como seu novo diretor-presidente — colocando no comando da varejista um executivo com background no setor financeiro e que liderou por sete anos o Santander Brasil.
Rial vai suceder Miguel Gutierrez, que tem 30 anos de Americanas, e passou os últimos vinte no cargo.
Miguel vai fazer a transição até o fim do ano e depois se desligará da companhia. Rial assume a posição em janeiro do ano que vem.
A troca de executivos não muda a estrutura organizacional da Americanas.
Rial ficará à frente da estratégia e da área de relações com investidores e três CEOs vão se reportar a ele: Anna Saicali (inovação e fintech); Marcio Cruz (plataforma digital); e Timotheo Barros, que cuida das lojas físicas e também é o CFO da companhia.
O processo de escolha de um sucessor para Miguel foi liderado pelo conselho de administração da Americanas.
Segundo fontes próximas à companhia, a troca de executivos vem sendo discutida há meses e virou um tema desde que foi aprovada a reestruturação societária da empresa, no fim do ano passado. Ao final, optaram por trazer um executivo de fora da empresa.
Rial foi CEO do Santander Brasil por quase sete anos e no início deste ano passou a chairman; ele também é chairman da Vibra Energia e vice-chairman da BRF. Antes do Santander, Rial foi por três anos o CEO da Marfrig.
Em comunicado, a Americanas disse acreditar que a chegada de Rial reforçará a estratégia da companhia de crescer com rentabilidade.
A empresa destacou que a gestão de Rial em outras companhias foi marcada por “crescimento rentável, transformação digital com foco no cliente e desenvolvimento de equipes e negócios de alta performance.”
A Americanas disse ainda que sob a liderança de Miguel expandiu suas operações de 100 para mais de 3.500 lojas físicas e foi pioneira no desenvolvimento do varejo digital no Brasil, o que se traduziu num crescimento de quase 40x do GMV nos últimos 20 anos.
Mas os anos de crescimento também foram marcados por uma dificuldade de relacionamento com o mercado: o buyside sempre se queixou da falta de comunicação da empresa na gestão de Miguel.
A ação da Americanas cai quase 60% no ano.