A Saint-Gobain — a gigante francesa de materiais de construção que é dona da Telhanorte no Brasil — fez uma proposta para comprar a CSR, que domina esse mercado na Austrália. 

A oferta avalia a CSR em A$ 4,3 bilhões (ou US$ 2,8 bilhões), e representa um prêmio de mais de 25% em relação ao fechamento de ontem. 

A notícia foi dada em primeira mão pela Bloomberg e confirmada pela empresa horas depois. 

A Saint-Gobain disse que a combinação dos dois negócios é “uma oportunidade atrativa para as duas companhias alavancarem suas parcerias de longo prazo com modelos de negócios similares, fit cultural e desenvolvimento de novas oportunidades.”

A empresa disse ainda que a aquisição está alinhada com sua estratégia global de diversificação geográfica, já que permitiria entrar no mercado australiano. 

As ações da CSR subiram quase 18% com a notícia, se aproximando do preço da oferta. A Bolsa da Austrália paralisou as negociações do papel. 

Esse é o maior patamar da ação da CSR desde 2008, e a maior alta num único dia da empresa nos últimos 32 anos.

A Saint-Gobain disse que já abordou o conselho da CSR com a proposta, que seria paga 100% em dinheiro, e que o board da australiana recomendou a transação “com unanimidade.”

Fundada em 1855 na Austrália, a CSR é uma das companhias mais antigas do país. Ela nasceu com o nome de Colonial Sugar Refining Company, operando com a produção e o refino de açúcar — um mercado que dominou até os anos 90. 

Em 2010, ela vendeu seu negócio de açúcar e etanol e ficou apenas com o negócio de materiais de construção, no qual havia entrado nos anos 50. 

Hoje, ela é dona de marcas como a Gyprock, de placas de gesso, e a Bradford, de blocos de isolamento térmicos e acústicos. Além da Austrália, ela também opera na Nova Zelândia. 

Em seu último ano fiscal reportado, que terminou em março do ano passado, a companhia fez uma receita de A$ 2,6 bilhões com um lucro líquido de A$ 225 milhões. 

Já a Saint-Gobain — que tem dezenas de marcas em 75 países — fez uma receita de € 51,2 bilhões em 2022, com um lucro líquido de € 3,3 bilhões.