Na corrida do ouro, quem vende as pás vale cada vez mais.

A Robinhood, a corretora digital que ‘gamificou’ a arte de investir e popularizou o daytrade entre os millennials americanos, acaba de levantar uma nova rodada de capital — a décima quarta desde que foi fundada há sete anos.

A rodada Série G foi liderada pelo D1 Capital Partners, o hedge fund de Daniel Sundheim (ex-CIO do Viking Global), e avaliou a corretora em US$ 11,2 bilhões — um salto de 30% em relação a julho, quando a Robinhood foi avaliada em US$ 8,6 bi numa rodada de US$ 320 milhões.

A Robinhood tem se beneficiado diretamente do tédio do isolamento social, que levou milhares de jovens a ver a Bolsa como um passatempo. Com uma experiência impecável e ferramentas de ‘gamificação’ a Robinhood criou um mercado para essa demanda, estimulando o que os críticos chamam de “experiência de cassino”. 

Hoje, a corretora tem 13 milhões de clientes — pouco mais que a Charles Schwab (12,7 milhões) e mais que o dobro da E*Trade (5,5 milhões). Só neste ano, ela ganhou mais de 3 milhões de usuários. 

A Robinhood não cobra corretagem: ganha dinheiro vendendo seu fluxo de ordens para terceiros. Cada vez que seu cliente negocia um papel, market makers como a Citadel (o maior deles) pagam à Robinhood pelo direito de operar este fluxo. 

A Robinhood já bateu a concorrência em diversas métricas. 

No início deste mês, começou a reportar o seu DART (daily average revenue trades), uma métrica da indústria de corretagem que mostra quantas transações feitas na plataforma geraram receita para a corretora.

Para surpresa do mercado, a Robinhood teve um DART de 4,3 milhões, o maior da indústria americana. A TD Ameritrade, a tradicional corretora fundada em 1970, teve um DART de 3,8 milhões no período; a Charles Schwab, de 1,8 mi; e a E*Trade, de 1,1 mi. 

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