O ambiente adverso de curto prazo levou o Bank of America a cortar o preço-alvo para as ações da Rede D’Or de R$ 47 para R$ 40. Mas os analistas mantiveram a recomendação de compra.
O papel negocia hoje a R$ 28 – quase 50% abaixo do pico do ano, de R$ 55,50, em fevereiro e 63% abaixo do pico histórico de R$ 75,80.
O setor hospitalar enfrenta um cenário complicado no curto prazo, com uma combinação de aumento de custos, dificuldade para repassar preços para as operadoras de saúde e juros mais altos.
Para o terceiro tri, os analistas do BofA esperam alta de 4% no tíquete médio e margem EBITDA de 24,5%, ligeiramente abaixo dos 24,8% do trimestre anterior.
Olhando para 2023, os analistas ponderam dois cenários. Se o plano de entrega de novos leitos (greenfield e brownfield) seguir como o planejado, a empresa deve enfrentar uma compressão da margem EBITDA, que se manteria na faixa 24%-25%. Se o cronograma for postergado, as margens podem subir para 25%-26%.
Segundo o BofA, o mais provável é que a construção e entrada em operação de novos leitos sejam postergadas entre 6 e 12 meses. Com relação ao repasse de preços, a expectativa é de um aumento no longo prazo de 1,5 ponto percentual acima da inflação, ante uma previsão anterior de 9%.
Com essa combinação de fatores, o resultado previsto é uma redução de 0,5 ponto nas margens para os próximos trimestres, o que levou à revisão do preço-alvo para baixo.
“Apesar de um curto prazo desafiador em relação à expansão de margem, principalmente porque o crescimento orgânico traz um ramp-up prolongado, continuamos otimistas com o longo prazo da Rede D’Or como o principal consolidador do segmento de hospital,” concluem os analistas.
A Rede D’Or é o maior operador de hospitais do Brasil, com 58 unidades e 9.000 leitos.