A Rede Decisão — um grupo de educação básica com 15 escolas no Sudeste — acaba de fechar uma rodada de R$ 60 milhões que vai permitir à empresa expandir seu portfólio, comprando escolas independentes e construindo outras do zero.
O plano é chegar a 24 escolas até o final do ano que vem, quando a empresa espera faturar R$ 100 milhões, 30% a mais que este ano.
No médio prazo – quatro anos – a meta é chegar a mais de 50 escolas.
A capitalização foi feita pela Blue Like a Orange, uma gestora de impacto fundada pelo francês Bertrand Badré, um ex-managing director do Banco Mundial.
A Blue Like a Orange ficará com uma participação minoritária que deve girar em torno de 15% a 20% do capital. A gestora está fazendo o investimento por meio de um mezanino, um tipo de financiamento que mescla características de dívida e equity.
“A educação é por natureza um investimento de muito longo prazo, então você precisa casar muito bem com o passivo certo,” o CEO Gabriel Alves disse ao Brazil Journal. “A Blue Like a Orange tem essa visão e uma experiência muito importante que vai nos ajudar no desenvolvimento da empresa.”
Com 7 mil alunos, a Decisão hoje opera em São Paulo e Belo Horizonte com mensalidades que vão de R$ 500 a R$ 900. O foco são regiões de baixa renda, como Guarulhos, Parelheiros e Grajaú, onde há poucas opções de escolas particulares.
Apesar deste segmento ‘low cost’ ter uma margem menor que as escolas mais premium, a Decisão está praticamente sozinha no nicho, e não bate de frente com players como o Grupo SEB, de Chaim Zaher, e a Bahema Educação.
Os concorrentes são basicamente algumas bandeiras da Eleva – Pense e Elite, ambas com presença mais forte no Rio – e pequenas escolas independentes.
Além da aquisição de novas escolas, a Decisão vai usar os recursos da rodada para investir em tecnologia e na “inovação pedagógica” para melhorar a aprendizagem dos alunos, disse o CEO.
A empresa também estuda criar uma nova marca para entrar num segmento um pouco mais premium (com mensalidades de R$ 900 a R$ 1.200).
Fundada em 1984, a Decisão foi fundada por Regina Alves, a mãe de Gabriel, que aos 20 anos abriu uma pequena escola de ensino infantil no Jardim Prudência, na Zona Sul de São Paulo. Em 2015, quando Gabriel assumiu o negócio, a Decisão ainda tinha apenas uma escola.
De lá para cá, o grupo foi um dos precursores da consolidação do segmento ‘low cost’: fez 11 aquisições e construiu outras três escolas do zero — financiando as compras com dívida e amortizando com a geração de caixa do próprio ativo.