O grupo O Estado de S.Paulo S.A., dono do centenário Estadão, está comprando a empresa de publishing digital NZN, dona do site TecMundo – um dos mais populares do País entre os nerds e aficionados pelo universo digital.
O valor da transação não foi revelado.
“O que nos atraiu foi a audiência do TecMundo e das outras marcas da NZN, além da sua capacidade de produção audiovisual,” Erick Bretas, o CEO do Estadão, disse ao Brazil Journal. “Faz parte da nossa estratégia produzir muito mais conteúdo em vídeo – seja porque a rentabilização do vídeo é maior, seja porque isso nos permite fazer também projetos publicitários e branded content.”
Em breve, o conteúdo do TecMundo estará na home do Estadão, e vice-versa. O site de tecnologia tem uma base fiel de seguidores, que oscila entre 4 milhões e 5 milhões de unique visitors pela métrica da Comscore.
Descontando a superposição de usuários, Bretas acredita que o M&A poderá agregar de 2 a 3 milhões de visitantes ao portal do Estadão, hoje o sexto de maior audiência entre os sites de notícias. “Podemos ganhar uma posição nesse ranking,” disse Bretas.
No YouTube, o canal do TecMundo tem 4,15 milhões de inscritos, contra 1,26 milhão do Estadão.
A história da NZN começou em 2000, em Curitiba, com o lançamento do site Baixaki, para download de programas e jogos. O TecMundo veio em 2008 e, na sequência, spinoffs como os sites Minha Série e Mega Curioso. Fazia parte da empresa também o TudoGostoso, vendido anteriormente.
A sede da NZN agora fica em São Paulo, onde a empresa possui estúdios que serão usados na produção de conteúdo para algumas das publicações do Estadão, como o Paladar, o E-Investidor e o Jornal do Carro.
A NZN havia sido adquirida em 2014 pela H.I.G. Capital, a gestora de private equity de Miami com US$ 70 bi sob gestão, que agora está saindo totalmente da operação.
Além de seus produtos B2C, a NZN cria conteúdos customizados – um serviço que será mantido pelo Estadão, que recentemente criou uma vertical de marketing de influência.
“Ter essa infraestrutura de produção audiovisual vai potencializar esses negócios, assim como os serviços de white label que eles fazem,” disse Bretas. “Vamos botar um pé na gestão de sites e redes sociais para as empresas que não desejam investir em equipe própria.”
Bretas já havia trabalhado com o CEO da NZN, Thiago Cruz, quando ambos eram executivos na Globo.com. “Foi por meio dele que demos início à negociação,” disse.
Está nos planos do grupo também ampliar a realização de eventos como fonte de receita. Uma das primeiras iniciativas é a São Paulo Innovation Week, marcada para maio.
A H.I.G. foi assessorada pela boutique de M&A Nomica Partners e o Madrona Advogados.
O Estadão trabalhou com a BDO Brasil e o DBK Legal Advisors.