A Moura Dubeux acaba de reportar um forte crescimento da receita e do lucro líquido no primeiro trimestre – e já prevê começar a pagar dividendos este ano, em vez de 2025.
A receita líquida da incorporadora focada na média e alta renda do Nordeste cresceu 21,9%, na comparação anual, para R$ 308 milhões.
Os lançamentos tiveram uma alta de 39,5% ano contra a ano, com um valor geral de vendas (VGV) de R$ 346 milhões.
O faturamento da Moura Dubeux também cresceu 9% na comparação trimestre a trimestre, mesmo com os lançamentos caindo 22,7% na comparação sequencial.
A margem bruta da companhia, por sua vez, caiu 0,2 ponto na comparação anual e fechou em 32,6%, enquanto o lucro líquido subiu 38,6% para R$ 42 milhões.
Com esse resultado, a Moura Dubeux está a R$ 37 milhões de zerar o seu prejuízo acumulado – o que deve acontecer já no segundo tri e abrir caminho para a empresa começar a pagar dividendos já no segundo semestre deste ano, sem se alavancar, o CEO Diego Villar disse ao Brazil Journal.
Analistas de sellside modelavam um dividendo só a partir de 2025.
“A nossa geração de caixa está melhor do que o previsto, e a tendência é passarmos a ter lucro acumulado,” disse Villar.
Isso não quer dizer que a empresa deixou o perfil conservador.
O CEO compara o momento atual da empresa aos 10 quilômetros finais de uma maratona – a parte mais difícil da corrida, em que é necessário tomar ainda mais cuidado com o fôlego.
Como a companhia está entregando dez projetos lançados no período pós-IPO, a queima de caixa disparou entre janeiro e março.
A dívida líquida da incorporadora subiu para R$ 107 milhões – revertendo um caixa líquido de R$ 117 milhões no mesmo período de 2023. Na comparação trimestral, a alta foi de 192,3%.
Diogo Barral, o diretor de RI da companhia, disse que o aumento no endividamento já era esperado e deve continuar até o final do ano, quando a empresa voltará a reduzir a alavancagem.
Mas o executivo diz que a alavancagem não vai passar da faixa de 15% a 20% do patrimônio líquido; hoje, essa métrica está em 7,7%.
O estoque da Moura Dubeux fechou o trimestre em R$ 1,85 bilhão, sendo que 7,5% são de unidades concluídas e o restante de imóveis a ser entregues entre 2024 e 2028.
Os distratos aumentaram 8,4% no tri em relação a um ano antes, mas caíram 4% na comparação sequencial.
O CEO disse que metade desses distratos são de clientes que optaram por trocar de imóvel (geralmente por um mais caro) ou apenas mudaram a titularidade.
Diego também disse que a empresa deve aumentar o número de lançamentos no segundo semestre, voltando a ter crescimentos na comparação trimestre a trimestre.
No primeiro tri, a Moura Dubeux adquiriu quatro novos terrenos e chegou a um landbank de 61 terrenos – sendo 58% em permuta e 42% em cash – e agora tem um VGV bruto potencial de R$ 8,8 bilhões.