A PRIO venceu uma arbitragem relacionada ao campo de Wahoo, o que vai gerar um aumento relevante em suas reservas 1P e em sua produção diária.
A arbitragem tinha a ver com uma disputa da petroleira com a indiana IBV, que é sócia da PRIO em Wahoo com 35,7% do capital.
Como a IBV não quis participar dos investimentos para o desenvolvimento da jazida — que tem reservas de 125 milhões de barris — a PRIO acionou uma cláusula chamada de ‘exclusive operation’.
Essa cláusula define que, quando um sócio não quer participar dos investimentos, o outro pode fazer o capex sozinho e ficar com 100% do resultado.
A IBV não concordou e entrou com o processo arbitral, que foi definido hoje com uma decisão favorável para a PRIO.
Na prática, isso vai permitir que a PRIO fique com 100% das reservas dessa jazida, que deve ter uma produção diária estimada em 40 mil barris. Considerando o preço do barril a US$ 75, essa produção deve gerar uma receita para a PRIO de US$ 1,1 bilhão por ano, com cerca de US$ 400 mi disso vindo da parcela que era da IBV.
Boa parte dessa receita deve ir direto para o bottom line da companhia, já que Wahoo tem um custo de produção muito baixo porque sua operação é conectada ao FPSO do campo de Frade.
A PRIO fez uma receita de US$ 2,6 bilhões no ano passado.
Em termos de reservas 1P, o ganho na arbitragem adiciona 45 milhões de barris às reservas comprovadas da PRIO, que com isso crescem 8% para 603 milhões de barris.
O BTG calcula que as reservas adicionais aumentam em R$ 6 por ação o valor justo da companhia, ou 12% do valor do fechamento de ontem.
A ação sobe cerca de 3% hoje com a notícia. A PRIO vale R$ 46 bi na Bolsa.
“A arbitragem com a IBV e a aprovação da licença ambiental que permite que Wahoo comece a operar têm sido os dois principais overhangs impedindo que a ação reflita completamente seus fundamentos,” escreveu o BTG. “A resolução de um dos problemas deve levar a uma reação positiva do mercado.”