Nas reuniões com investidores para o IPO, o Nubank está se apresentando como o banco com a maior perspectiva de crescimento no setor e custos significativamente mais baixos do que os bancos tradicionais.

“Nosso crescimento não veio às custas de eficiência”, diz a apresentação.

O opex do Nubank por cliente é de US$ 6, ou 95% inferior à média de US$ 117 dos outros bancos (US$ 121 no Bradesco; US$ 120 no Itaú e US$ 110 no Santander).

Outra métrica apresentada pelo banco roxo é o número de clientes por funcionários. No Nubank, essa razão é de 13.900, contra 700 nos outros bancos (Bradesco 800; Itaú 600; Santander 600).

Em 2020, a receita média por cliente do Nubank foi de US$ 16, contra uma média de US$ 301 no setor (US$ 291 no Bradesco; US$ 224 no Itaú, e US$ 388 no Santander).

Para o banco, essas métricas mostram que ele ainda pode crescer sua receita por usuário cerca de 20 vezes até chegar à média do setor.

O Nubank vai listar suas ações Classe A na NYSE e BDRs na B3.

A faixa indicativa de preço vai de US$ 10 a US$ 11 — o que dá ao banco um valuation entre US$ 48 bilhões e US$ 51 bilhões.

Para efeito de comparação, Itaú e Bradesco valem hoje US$ 40 bilhões e US$ 31,5 bilhões, respectivamente.

No topo da faixa, a venda de ações poderá alcançar até US$ 3,6 bilhões.

A oferta — 87% primária e 13% secundária — deve ser precificada em 8 de dezembro.

Com ações classe B, que dão direito a 20 votos, o cofundador David Vélez, terá 75% do poder de decisão no Nubank após a oferta. A cofundadora Cristina Junqueira terá 9,3%.

A companhia vai usar os recursos para capital de giro, despesas operacionais e de capital, além de novos investimentos e aquisições de negócios, produtos, serviços e tecnologias.

O Nubank colocou como coordenador-líder da operação a Nu Invest, sua plataforma de investimentos, o que é no máximo uma boa jogada de marketing.

Mas os bancos que realmente vão carregar o piano são Morgan Stanley, Goldman Sachs, Citi, HSBC, UBS BB e Safra.