Graça Foster

Amanhã faz dois meses que as ações da Petrobrás bateram no fundo do poço recente.

Do fechamento de 17 de março (a R$ 12,57) até hoje (R$ 18), a ação já subiu 43%.

Além da contínua humilhação pública, na medida em que o País descobre que o uso da Petrobras para interesses privados simplesmente não tem limite, o balanço da empresa também só faz piorar.

No fechamento do primeiro trimestre, a dívida líquida da Petrobras bateu um recorde: ultrapassou US$ 100 bilhões pela primeira vez, o que dá quatro vezes sua geração de caixa operacional.

Uma outra métrica: a dívida líquida da companhia equivale hoje a 39% de seu capital total, outro recorde histórico.

Finalmente, no que deveria ser a atividade básica da empresa, a Petrobras espera aumentar sua produção em 7,5% este ano (com uma margem de erro de 1% para cima ou para baixo), mas no primeiro trimestre, a produção caiu 1,9% em relação ao trimestre anterior.

A esta altura, o potencial para mais altas parece limitado, porque a Petrobras já negocia a um prêmio de 29% sobre as empresas de petróleo mundiais comparáveis, como a Royal Dutch/Shell e a Exxon. Mais ganhos, só se as pesquisas indicarem que as chances da oposição continuam aumentando, sinalizando a possibilidade de mudança na gestão da empresa.

PS: A Petrobras não precisa ser privatizada.  Só de voltar a pertencer ao Brasil, a ação já valeria o dobro.