A Orizon anunciou que vai quadruplicar sua produção de biometano com duas novas usinas, aumentando em 50% a produção do combustível renovável no País.

O projeto, uma joint venture entre a Orizon e a Gás Verde, vai produzir biometano a partir de resíduos urbanos provenientes dos aterros sanitários de São Gonçalo e Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, operados pela Orizon.

A Gás Verde já tem clientes como Ternium, Ambev, Nestlé e L’Oréal.

O CEO da Gás Verde, Marcel Jorand, disse que o investimento nas duas usinas será de “centenas de milhões de reais,” mas não quis ser mais específico.

Hoje a produção de biometano da Orizon é de aproximadamente 50 mil metros cúbicos por dia. Com as novas unidades, esse volume subirá para 200 mil metros cúbicos/dia.

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A produção de biometano em todo o País – que hoje gira em torno de 400 mil metros cúbicos por dia – deve atingir 2,15 milhões de metros cúbicos/dia até 2028, segundo estimativas da Orizon.

O biometano – um substituto renovável para o gás natural derivado do petróleo – é obtido a partir do refino do biogás, a matéria-prima resultante da decomposição do lixo. Por isso, os aterros sanitários funcionam como grandes reservas de biogás.

Com o biometano, é possível substituir o gás natural em indústrias e até o diesel no transporte pesado, o que faz dele “um produto premium,” disse o CEO da Orizon, Milton Pilão.

“Uma multinacional com metas de redução de carbono, por exemplo, em vez de comprar créditos para compensação, pode substituir parte do gás natural por biometano,” disse Pilão.

Os biocombustíveis, de forma geral, são uma opção para a descarbonização de indústrias pesadas e do setor de transporte.

A questão sempre tem sido o preço, frequentemente mais alto que o dos combustíveis fósseis – em alguns casos, mais do que o dobro. 

“Mas o cálculo envolve o custo do combustível menos o que a empresa pagaria para compensar as emissões,” disse Pilão.

A Orizon opera 17 aterros – ou “ecoparques,” como prefere chamá-los. Os planos incluem produzir biometano ou biogás em todos eles. Se esta meta fosse alcançada hoje, a empresa estaria produzindo cerca de 1,3 milhão de metros cúbicos por dia.

O que ainda precisa ser definido no projeto é a forma de transporte do biometano. As opções são: transformá-lo em GNC e injetá-lo nas tubulações das distribuidoras de gás, o que permite um raio de entrega de até 200 km; ou convertê-lo em GNL e transportá-lo por caminhão, com um alcance de até 1.500 km.

Segundo Jorand, a decisão dependerá dos clientes, e o investimento total nas usinas deve variar de acordo com os acordos comerciais firmados.

Pilão e Jorand, no entanto, deixam clara a preferência pelo GNL. A previsão dos sócios é de uma forte demanda por parte de indústrias localizadas longe das redes de gás, que estão concentradas no litoral.