As operadoras de saúde continuam aumentando preços de forma agressiva — tentando compensar a alta da sinistralidade e melhorar a rentabilidade do negócio.
Os dados do preço médio por vida das operadoras — divulgados hoje pela Agência Nacional de Saúde e referentes aos meses de setembro, outubro e novembro — mostram uma aceleração nos reajustes dos planos de saúde, com a Bradesco Seguros e a SulAmérica aplicando os maiores aumentos.
Com base nesses dados da ANS, o BTG calculou uma média de reajuste no setor de 16,1% em setembro, de 16,4% em outubro e de 16,5% em novembro.
Enquanto o terceiro trimestre do ano passado encerrou com um reajuste médio de 15,8%, os dados do quarto tri apontam para um reajuste médio de 16,5%, em comparação aos 14,5% do quarto tri de 2022.
No acumulado de janeiro a novembro, as operadoras aplicaram um reajuste médio de 14,9% em comparação aos 12,7% de 2022 e aos 7,4% de 2021.
Entre os grandes players, os reajustes nesse período foram ainda maiores. SulAmérica, Bradesco Saúde e Amil aplicaram aumentos de preços de 26%, 22,2% e 21,2%, respectivamente. Já a Hapvida e a CNU tiveram reajustes em linha com a indústria, de 15% e 13,5%.
Os reajustes agressivos são uma forma das operadoras de saúde tentarem compensar o aumento da sinistralidade e da frequência de uso dos planos pelos segurados — que continuam em níveis bem acima do pré-pandemia.
Para o BTG Pactual, os aumentos são a “chave para garantir gradualmente um momentum de receita para as operadoras e uma retomada necessária da rentabilidade.”
“Os resultados do terceiro tri e os dados da ANS corroboram essa tese, com aumentos dos tíquetes sólidos e acima da inflação em todos os players do setor,” escreveu o analista Samuel Alves.
No setor de saúde, o BTG tem recomendação de compra para a Hapvida, Oncoclínicas e Rede D’Or.