O Itaú BBA revisou seu modelo para a Oncoclínicas, incorporando os resultados fracos do primeiro trimestre e a injeção de capital de R$ 1,5 bilhão anunciada em maio.

Mas depois de uma reprecificação brutal do papel, o banco reiterou sua recomendação de compra para a ação, colocando um preço-alvo de R$ 11, comparado a R$ 23 de anteriormente. A ação negocia hoje ao redor de R$ 6, com a empresa valendo R$ 3,8 bilhões na Bolsa. 

“Apesar de uma revisão significativa nos nossos números, é importante notar que a performance da ação parece já incorporar nossas projeções atualizadas,” escreveu o analista. “Portanto, achamos que a ação está atrativa negociando a 7,4x o lucro de 2025.”

Como resultado da revisão do modelo, o Itaú reduziu suas projeções de lucro e EBITDA da companhia este ano e em 2025 — mas disse que espera uma melhora na geração de caixa, ajudada, em parte, pela desalavancagem com o aumento de capital. 

O analista Vinicius Figueiredo agora espera um EBITDA de R$ 1,2 bilhão para este ano (13,1% menor que a projeção anterior) e de R$ 1,5 bilhão para o ano que vem, 7% menor que a estimativa anterior.

A projeção para o lucro caiu mais ainda, e agora o banco espera um bottom line de R$ 241 milhões este ano (33% menor que a projeção anterior) e de R$ 468 milhões no ano que vem (16% menor).

O Itaú também disse que a injeção de capital de R$ 1,5 bilhão — subscrita pelo Banco Master e o fundador Bruno Ferrari — vai permitir que a Oncoclínicas reduza sua alavancagem de 4,3x para 2,8x (incluindo aquisições), o que é um “mitigador significativo na tese.”

“No entanto, continuamos a receber inúmeros questionamentos sobre a geração de caixa futura da empresa,” escreveu o analista. “Sobre isso, achamos que a companhia vai mostrar tendências positivas no ‘contas a receber’, já que a ‘escrow account’ para garantir os recebíveis da Unimed FERJ deve se tornar ativa de novo.”

O analista disse ainda que olhando para frente espera uma gradual melhora no ‘contas a receber’ que, aliada às menores despesas financeiras (por conta da redução da alavancagem), deve aumentar a geração de caixa livre da companhia.