A Oncoclínicas acaba de anunciar uma parceria com o Grupo Santa Lúcia que vai unir suas 26 clínicas de oncologia localizadas no Distrito Federal com os quatro hospitais de alta complexidade e os dois centros de imagem que o grupo hospitalar tem na região.
A parceria comercial terá duração de 60 anos e vai funcionar como um revenue share.
As duas empresas vão manter seus ativos societariamente separados, mas vão dividir o economics gerado por essa operação compartilhada na região.
A porcentagem que cada um vai ficar do resultado ainda não foi definida e dependerá de uma diligência que está sendo finalizada, mas a Oncoclínicas terá a fatia majoritária da receita combinada.
A expectativa é que a união de forças gere sinergias relevantes tanto do ponto de vista de receitas quanto de custos.
“Os pacientes que são tratados nas nossas clínicas de oncologia e precisam de um tratamento de alta complexidade, vamos deixar de encaminhar para outros hospitais e encaminhar para os hospitais do Grupo Santa,” o CEO da Oncoclínicas, Bruno Ferrari, disse ao Brazil Journal.
“Da mesma forma, os pacientes já tratados nas unidades deles, eles vão encaminhar para as nossas clínicas.”
Do ponto de vista de custos, a sinergia virá da maior escala na compra de medicamentos e insumos médicos.
A operação compartilhada de oncologia no Distrito Federal já nasce com uma receita de cerca de R$ 770 milhões — R$ 500 milhões da Oncoclínicas e o restante da Santa Lúcia. A Oncoclínicas não está passando um guidance de quanto espera aumentar essa receita nos próximos anos com a união de forças, mas Cristiano disse que a empresa tem precedentes “muito positivos” em relação a sinergias de receita.
A parceria é semelhante à que a Oncoclínicas fechou com a Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, há cerca de três anos.
A beleza desse modelo, segundo o CFO Cristiano Camargo, é que as operações, ativos e competências já estão todos prontos. “É uma forma de crescimento muito rápida, inorgânica e que, ao mesmo tempo, não demanda nenhum capex,” disse ele. “Ao invés de passarmos quatro anos desenvolvendo um cancer center na região, já nascemos com quatro cancer centers e junto com o melhor operador de lá.”
Fundado em 1963, o Grupo Santa é controlado pela família Leal e tem oito hospitais e dois centros radiológicos — todos no Centro-Oeste. Além dos quatro hospitais no Distrito Federal, o grupo tem operações no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Gustavo Fiuza, o CEO do Santa Lúcia, disse que o grupo já tinha uma operação relevante — e estado da arte — em oncologia, tanto na parte de cirurgia quanto na oncologia clínica e ambulatorial.
“Mas a parceria vai permitir atendermos melhor a jornada dos clientes e compartilhar os ganhos e sinergias,” disse ele.