As ações da Oi fecharam hoje pela primeira vez abaixo do preço de seu recente aumento de capital.

Na oferta concluída em 28 de abril, a empresa levantou R$ 6,25 bilhões vendendo ações a dois reais. No fechamento de hoje, uma ação preferencial valia R$ 1,99.

Desde que a operação foi precificada, houve três eventos que ajudaram a sustentar o preço da ação: a mudança na composição (rebalanceamento) dos índices MSCI, Ibovespa e FTSE.

Quando há um rebalanceamento, os fundos passivos (que replicam a performance destes índices e movimentam bilhões de reais) são obrigados a comprar as ações que aumentaram sua participação no índice (caso da Oi) e a vender as que perderam participação.

Analistas estimam que os três rebalanceamentos, somados, criaram uma demanda de aproximadamente R$ 500 milhões pelas ações da Oi, que nos últimos cinco dias negociou em média R$ 90 milhões por dia.

O último rebalanceamento foi no dia 6 de maio. De lá pra cá, o gás acabou, e o papel só andou ladeira abaixo.

Há um outro detalhe que aumenta a frustração dos “comprados”: aproveitando-se do fato de que a ação negociou acima do preço da oferta nos primeiros dias — embalada pela demanda “passiva” dos fundos indexados — a empresa e os bancos coordenadores encerraram o chamado “período de estabilização” no início desse mês. Se a estabilização ainda estivesse em vigor, os bancos agora seriam obrigados a recomprar o papel para impedir que ele negociasse abaixo do preço da oferta.

“A partir de agora, a ação da Oi vai andar junto com os fundamentos e a performance operacional da empresa, porque toda essa influência do fluxo [dos índices] acabou”, disse um analista.