A nova moda do home office nos EUA: usar lhamas como figurantes nas videochamadas do Zoom.
Nas últimas semanas, diversas empresas de tecnologia da Califórnia têm contratado os serviços desses animais, que — tal como os humanos em isolamento — não precisam fazer nada além de ficar parados em casa (no caso, em frente à câmera).
A novidade surgiu dentro da Sweet Farm, uma fazenda em Half Moon Bay, na Califórnia, que luta para salvar os animais do abate e educar as pessoas sobre os impactos da agricultura industrial.
A Sweet, que vive apenas de doações (em geral de pessoas que visitam a fazenda ou realizam eventos no local), viu sua receita despencar com a pandemia — e teve que se reinventar.
“60% a 70% da nossa receita simplesmente desapareceu,” Nate Salpeter, o dono da fazenda, disse à NPR. “Tivemos que descobrir uma forma de continuar executando nossa missão ao mesmo tempo em que geramos receita.”
A solução veio da cabeça de Jon Azoff, que faz parte do conselho da ONG. “Ele teve uma ideia e disse pra gente: ‘Estamos tendo muitas reuniões e happy hours virtuais de empresas, mas elas são todas chatas. E se colocássemos uma cabra ou uma lhama no meio da call?’”
Assim nasceu o “Goat 2 Meeting”, um serviço que disponibiliza animais de fazenda como cabras, porcos, perus e lhamas (o best seller) para dar uma palhinha nas videoconferências.
Por enquanto, o resultado é de cair o queixo.
Desde que lançou o serviço, há um mês, os animais da Sweet já participaram de mais de 100 videochamadas de inúmeras companhias Fortune 500 — que topam pagar de US$ 65 a US$ 256 pela hora dos animais. (Para efeito de comparação, o salário mínimo dos americanos é de US$ 7,25/hora).
Para os animais da fazenda, simplesmente não há crise. Salpeter diz que há outras 500 solicitações de trabalhos em espera e que a agenda de calls das lhamas e cabras está lotada pelos próximos dois meses.
A Rebellyous Foods, uma fabricante de nuggets veganos de Seattle, dá uma ideia da satisfação das pessoas ao descobrir que, no meio da call, havia uma lhama.
“Houve muitos gritos de alegria e diversão no meio de uma manhã que era extremamente movimentada,” a CEO Christie Lagally disse à NPR, antes de elogiar a disponibilidade dos animais.
“Eles precisam ficar pastando o dia inteiro… parecem ser animais muito ocupados. Fico feliz que tenham conseguido tirar um tempo de seus dias para se encontrar conosco.”