“BBAS3 porrada!!” – foi assim que o sales do Santander começou seu comentário sobre o resultado do Banco do Brasil no segundo trimestre, reportado agora à noite.

O lucro cresceu 54% na comparação anual e ficou em R$ 7,8 bi – 25% acima do consenso.

Surpreendendo até os mais otimistas, o ROE do banco estatal ficou em 20,6%, em linha com Itaú e Santander, que reportaram 20,8%;  e acima do Bradesco (18,1%).

No primeiro tri, o BB havia entregado o maior ROE em quase dez anos até então: 17,6%.

Para muitos gestores, o resultado sublinha o contraste entre estatais bem geridas e rentáveis que o atual Governo está deixando com os rombos bilionários no governo Dilma  — independentemente das preferências políticas de cada um.

Além do resultado espetacular, o banco elevou o guidance de lucro para o ano de R$ 23bi-R$ 26 bi para R$ 27bi-R$ 30bi.

Assumindo que o segundo semestre repita o resultado do primeiro, a ação negocia a 4x o lucro estimado para este ano – um dividend yield de 10% – apesar de já ter subido 45% desde o início do ano.

“Deve ser um dos menores múltiplos de toda a bolsa,” disse um gestor.  O Bradesco negocia hoje perto de 7x; Itaú está em cerca de 8x, e o Santander a 7,5x.

A receita financeira cresceu 11% sobre o trimestre anterior e 19% sobre o mesmo tri do ano passado.

O NPL consolidado subiu 10 pontos-base para 2%, refletindo um mix mais defensivo, segundo os analistas do Bradesco. O NPL da pessoa física subiu 50 pontos-base principalmente por conta de cartões; o NPL pessoa jurídica ficou estável em 1,25%, e o do agro  ‘melhorou’ 10 pontos-base.

As receitas com prestação de serviços subiram 9%, e o banco estatal ainda entregou um crescimento de despesas de apenas 5,7%.