Nota do Editor: Este é o último CMO Journal sob o comando de nossa querida e brilhante Josette Goulart. Josette decidiu ir trabalhar no UOL. Desejamos sorte, e procuramos um novo repórter que faça jus à qualidade desta coluna.
Não foi só o torcedor que sofreu com o Corinthians na zona de rebaixamento. Teve anunciante que queria até fazer hedge. Mas agora parece que está tudo bem, a Record já fechou as cotas de patrocínio, o YouTube, idem, e a Globo, ditto. Todo mundo feliz. Os bilhões rolando. Só resta saber como vai ser a audiência com essa história de divisão dos direitos de transmissão.
Enquanto isso, a Americanas abre concorrência, a Zamp segue a concorrência, o Caboré fatura, a rádio-peão da Unilever está a todo vapor, o Inter quer ganhar a Flórida, o Allard vira marca vendida por um ex-BBB? – e o pagode reina. Vem ler.
E o Corinthians, hein?
O Corinthians deu um suador nos anunciantes e nos donos do direito de transmissão do Brasileirão 2025 da Liga Forte e União (YouTube e Record). Só na rodada do penúltimo fim de semana é que o time reduziu bem as chances de ser rebaixado. Nesse meio tempo, teve anunciante no YouTube tão agoniado que queria negociar até cláusula de proteção.
A torcida organizada do Timão diz que a chance de rebaixamento agora é só de 0,5%. Já o craque Neto anda revoltado e cravando que o Corinthians vai ser rebaixado se continuar na bagunça. (preocupação zero de flamenguista por aqui)
Magalu na rodada
O Magalu anunciou que vai voltar a patrocinar o futebol na TV e fechou contrato com a Record. O CMO Bernardo Leão diz que é uma continuação da estratégia. “Estávamos na Copa, nas Olimpíadas…”
Estão ainda na Record: Heineken, Sportingbet e EstrelaBet, GM e Burger King.
Corinthians x Flamengo
O Brasileirão 2025 será o primeiro em que a Globo não terá os direitos exclusivos de transmissão. A partir do próximo ano a transmissão será feita por ligas. Podemos resumir assim: os jogos do Corinthians estão com a Record e Cazé TV (YouTube), e os do Flamengo, com a Globo.
Futebol vende
Todo mundo ama patrocinar o futebol. Os anunciantes vendem mais (por isso a GM volta agora a patrocinar o futebol), as agências garantem trabalho para o ano todo e as emissoras faturam alto. Cada cota do combo da Globo (Brasileirão e Copa do Brasil) sai uns R$ 270 milhões. Este ano, o futebol na Globo terá como patrocinadores a Amazon, Ambev, Bet Nacional, Itaú (esse aqui não larga o osso), Natura, Stellantis (Fiat e Jeep) e Vivo. Sem os descontos, um faturamento de quase R$ 2 bilhões.
Mas as marcas estão ansiosas para saber como vai ser a audiência com o fim da exclusividade da Globo.
Rádio-peão da Unilever
O pessoal anda fofocando horrores sobre os cortes na Unilever, e o povo de mídia está ansioso temendo que isso dê uma melada no Natal das agências e veículos de comunicação. A empresa é uma das maiores anunciantes do País.
No início do ano, a Unilever informou ao mercado que durante 2024 faria um corte de 7.500 pessoas no mundo todo. Já é novembro e até agora a empresa cortou funcionários na Europa. A expectativa é de que em algum momento até o fim do ano os cortes cheguem ao Brasil (por isso a rádio-peão anda a mil).
Em termos de mídia, por enquanto, a empresa já anunciou que vai patrocinar o Brasileirão 2025 na Cazé TV e deve anunciar em breve o patrocínio da Libertadores.
Americanas is back
Depois de tudo (fraudes contábeis, polícia e briga com os bancos), a Americanas segue viva e abriu uma concorrência para agências de comunicação e de publicidade. Na publicidade, estão concorrendo a WMcCAnn (que já atende a empresa), TBWA e BETC Havas.
O Puga na minha orelha
E não é que o Igor Puga me ligou mesmo? Só para dizer que não mencionei “a marca mais metida” da Zamp: a Starbucks. (Contei aqui, na semana passada, a fofoca que corria no Effie de que a Almap é que ia levar a conta da Zamp com Burger King, Popeyes e Subway)
Faria Lima em Miami
O Kaio Philipe, CMO do Inter, está numa estratégia agressiva de marketing lá na Flórida para fazer bombar as global accounts do banco dos Menin. Nada de envelopagem de aeroporto. O Inter dá passeios de helicóptero pela Disney (e basta fazer uma operação de US$ 2 mil), banca as bicicletas Inter em Miami (no estilo das bikes do Itaú), vai lançar os Inter Cafés, e tem ainda naming rights do estádio em Orlando (onde a Marta joga).
O banco já tem 3,6 milhões de contas globais de brasileiros nos Estados Unidos (o dobro do mesmo tri do ano passado) e US$ 1,2 bilhão de ativos sob custódia nestas contas. Mas a briga é de foice: praticamente todo mundo hoje oferece uma conta global.
O tilintar do Caboré
O Caboré é um case de sucesso absoluto (e uma maquininha de fazer dinheiro) para o Meio & Mensagem. Os candidatos indicados ao prêmio passam dois meses recheando a revista com anúncios “vote em mim.” Cada página inteira sai uns R$ 40 mil (desconto só se for anunciante frequente), segundo me contaram algumas agências. São 14 categorias e 3 indicados por categoria.
Além disso, só quem pode votar nos indicados são os assinantes da revista. Como o prêmio tem prestígio, todo mundo faz questão de manter muitas assinaturas durante o ano. (Mas o povo lá está ligado que alguns fazem assinatura só para votar no prêmio e depois cancelam. Fica a dica).
A estratégia é tão azeitada que até no jantar de premiação cada um paga o seu. Sai uns R$ 2 mil por cabeça. (Ok, o presidente do Meio & Mensagem vai chorar as pitangas dizendo que gasta com as estatuetas, o marketing do prêmio, a auditoria da Price, a equipe… fair enough.)
E assim o Caboré já dura mais de 40 anos.
Caldo de galinha
O presidente do Meio & Mensagem, Marcelo Salles Gomes, bem que queria mudar o jantar de premiação para um lugar maior, para poder ceder mais mesas aos indicados – e quase fechou com o Pacaembu. Mas calhou de ele ir visitar o estádio perto da data do show do Roberto Carlos, em abril. O show teve que ser cancelado porque as obras não ficaram prontas. Salles achou melhor seguir no Monte Líbano. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Quem sabe no ano que vem? Em tempo: o Pacaembu tem uma área para eventos de menor porte.
É o ano do pagode?
Pagode dos anos 90. Quem nunca? (O Samor vai dizer que ele nunca). Bom, o sal de fruta Eno vai entrar fundo na temática, que anda tendo um revival nas redes sociais. Em uma campanha de televisão e redes que estreou sexta-feira, a empresa traz de volta o Exaltasamba. No comercial criado pela Publicis LeOne, os personagens da peça até lembram o Exaltasamba, mas não são os originais do samba.
O diretor de criação da agência, Arturo Marenda, disse que já foi caro comprar os direitos autorais da música “Me apaixonei pela pessoa errada”, imagina pagar a banda ainda para cantar a paródia “Me apaixonei pela comida errada”.
Número 1 do Spotify
Neste ano, um pagode chegou pela primeira vez no topo do ranking das mais tocadas no Spotify. Foi o Coração Partido do Mais é Menos.
Quem vende o Allard
Alex Allard está na crista da onda e virou marca de um prédio de luxo da Gafisa em um lançamento cheio de chiques e famosos na Cidade Matarazzo. Inusitado mesmo foi descobrir no zum zum zum do evento que um dos três corretores que têm exclusividade para vender as unidades é um ex-BBB. Fui apurar e, na verdade, é um ex-Casa dos Artistas, bonitão, que ficou famoso porque tinha um irmão gêmeo. Pensando bem, não deixa de ser um ex-BBB, mas um ex-BBB do Silvio Santos.
Daqui a pouco eles fazem um reality do tipo Million Dollar List: São Paulo.