A J&F Investimentos, a holding da família Batista, está embarcando em um retrofit bilionário ao lado de sua sede na Marginal Tietê, para reunir em um só escritório os 7 mil funcionários de todas as empresas do grupo.

O galpão que passará pelo retrofit foi comprado há dois anos da Bresco e teve como último inquilino o Grupo Pão de Açúcar. A atual sede da J&F e o galpão são separados apenas por um gradil. 

O retrofit terá um custo estimado de R$ 1 bilhão só para a parte civil; o “recheio” (mobília e decoração) pode fazer o desembolso subir para R$ 2 bilhões, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.

O projeto para o novo escritório – assinado pelo renomado arquiteto Edo Rocha – envolve criar uma fachada imponente e uma nova laje, dando ao galpão um segundo pavimento e ampliando sua área útil para 90 mil metros quadrados, o suficiente para receber 7 mil empregados e transformar o local em um dos maiores escritórios horizontais do País. O espaço vai incluir também um heliponto, um estacionamento vertical, elevadores redondos, um auditório e acesso VIP.

Com o galpão reformado, conectado à atual sede da J&F, o complexo inteiro terá capacidade para 10 mil funcionários. Hoje, a sede da J&F conta com 3 mil profissionais (incluindo também os times da JBS, da Eldorado, da Âmbar Energia e da LHG Mining). E há mais 4 mil das empresas que estão em outros endereços na capital paulista: PicPay, Banco Original e Flora. Essas três empresas hoje são inquilinas em prédios comerciais.

Edo Rocha já teve experiência com a holding depois de haver concebido o projeto do Instituto J&F (o antigo Germinare, uma instituição de educação básica e profissional bancada pela holding), e também é conhecido por ter participado do projeto do Allianz Parque, o estádio do Palmeiras inaugurado em 2014.

O projeto já foi chamado internamente de “Cidade J&F” e está na fase final de concorrência para escolher a construtora que vai tocar a obra, ainda sem previsão para ser iniciada.

Depois que 18 empresas participaram da primeira fase, a lista já afunilou para três nomes, que agora vão sentar para negociar diretamente com os Batista.

A J&F pagou R$ 325 milhões à Bresco em 2023 para comprar o galpão. Entre 2016 e 2022, o GPA usou o espaço como centro de distribuição de produtos para as lojas de bairro, como o Minuto Pão de Açúcar e o Minimercado Extra. A desocupação ocorreu antes do fim do contrato, que ia até 2027, e acabou gerando uma briga judicial entre a Bresco e o GPA, encerrada com um acordo em 2023.

Esta e outras matérias sobre o mercado imobiliário estarão no Metro Quadrado, o novo site que o Brazil Journal lança em fevereiro.

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