Roberto Funari — que foi o CEO da Alpargatas de 2019 até meados de 2023 — está trocando as sandálias pelos produtos pets.

O executivo fundou há um ano a Viepet, um venture builder que vai criar e investir em marcas de saúde e bem-estar para cães e gatos.

E a empresa acaba de lançar sua primeira marca: a Wigow, que fabrica suplementos alimentares e vitamínicos para cães, apostando num mercado que ainda é um filhote no Brasil.

“Nos Estados Unidos, os suplementos para pets tem uma penetração de 35% dos lares que têm pets. No Brasil, é de só 5%,” Funari disse ao Brazil Journal. “Lá, o mercado é de R$ 9 bi. Aqui, não passa de R$ 1 bi. É uma oportunidade gigantesca.”

O executivo espera que o Brasil em algum momento atinja o patamar dos EUA, considerando a tendência cada vez maior de humanização dos pets.

“Se tivermos 15% de um mercado de R$ 9 bi teríamos uma empresa com mais de R$ 1 bi de faturamento,” disse ele.

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A Wigow vai começar a operar no mês que vem com um portfólio de cinco produtos: um multivitamínico ‘10 em 1’; um suplemento focado na mobilidade dos cachorros; um focado na pele e pelagem; um para o relaxamento; e um probiótico, para ajudar na digestão e no bom funcionamento do intestino.

Os produtos serão vendidos num ecommerce próprio e em lojas físicas.

A Petz vai distribuir os suplementos da Wigow em 60 lojas já na largada, e a marca vai vender também em alguns pet shops menores, disse Funari.

Segundo ele, a Wigow tem diferenciais em relação a outros suplementos já vendidos no Brasil — e que são fabricados por multinacionais e empresas locais de saúde animal. O primeiro é a palatabilidade.

“Fizemos um teste com mais de 500 cães, e 100% deles comeram as nossas vitaminas em menos de dois segundos, o melhor indicador possível do estudo,” disse Funari.

O segundo diferencial: a Wigow usa ingredientes que não estão presentes nos produtos do mercado local.

Por fim, a potência por dose dos suplementos da Wigow também é maior em comparação aos produtos que existem hoje. “Nossos produtos tem uma formulação desenvolvida por veterinários com potências que só vimos nos EUA,” disse o fundador.

A startup também está criando uma jornada de compra diferente. Hoje os suplementos são vendidos atrás do balcão nas lojas, obrigando o consumidor a pedir o produto aos atendentes. Segundo Funari, a Wigow colocará seus produtos direto nas prateleiras, simplificando a jornada.

Para criar a Wigow, Funari disse que se inspirou principalmente na americana Zesty Paws, cujo portfólio de mais de 100 produtos é vendido em 18 mil lojas. No ano passado, a americana faturou mais de US$ 200 milhões.

A Viepet investiu cerca de R$ 8 milhões na Wigow e pretende atrair outros investidores para a marca no futuro, dentro de uma visão tradicional de venture capital.

A gestora também quer criar ou investir em outras marcas do mercado pet — com cheques de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões.

Funari disse que seu plano é ter um portfólio de três a cinco marcas, e que já têm outras cinco teses no pipeline.

“O Brasil é o terceiro maior mercado pet do mundo, só perdendo para a China e os EUA. São 100 milhões de cães e gatos,” disse ele. “Ainda assim, é um mercado pouco desenvolvido em vários segmentos. Oportunidade é o que não falta.”