A Amazon está em conversas com a maior operadora de shoppings dos EUA para transformar algumas de suas lojas-âncora em centros de distribuição — um movimento inédito que ajudaria a gigante do ecommerce a otimizar seu last mile e a administradora de shoppings a ocupar espaços premium (e caros) em meio a debacle das lojas de departamento.

As informações são do The Wall Street Journal. 

As conversas entre Amazon e a Simon envolvem lojas da JC Penney e da Sears; ambas estão em recuperação judicial e fechando lojas a rodo. 

A negociação começou antes da pandemia mas se acelerou nos últimos meses com a impacto brutal da covid no varejo.

Tipicamente, as lojas-âncora de shoppings ocupam mais de 9 mil metros quadrados em mais de um andar. 

A negociação é o exemplo mais recente de um fenômeno que tem ganhado força no mercado: imóveis tradicionais — e localizados nas áreas mais disputadas de grandes cidades — estão sendo usados para abrigar ativos de tech (de data centers até CDs para o ecommerce).

Mas, caso concretizado, o acordo entre Amazon e Simon seria um dos mais emblemáticos até hoje. Seria a primeira vez que uma administradora de malls abriria mão de lojas fundamentais na atração de fluxo para garantir um locatário mais estável e seguro.

Segundo o WSJ, a Simon está considerando outras opções para substituir as lojas de departamento justamente por esse medo de perder tráfego — entre elas academias, teatros e até escolas. 

Não está claro quantas lojas a Amazon estaria considerando converter; hoje, o Simon tem 63 lojas da JC Penney e 11 da Sears em seus 204 shoppings.

Este não seria o primeiro movimento da Amazon neste sentido. Nos últimos anos, a companhia de Jeff Bezos vem comprando alguns shoppings falidos (em grande parte por culpa dela própria) para transformá-los em CDs.