A aposta contra a China está custando caro a Luis Stuhlberger.
O book de moedas do fundo Verde — no qual Stuhlberger aposta no dólar contra o renmimbi (e às vezes contra o won coreano) — teve em julho seu sétimo mês consecutivo de perdas.
No acumulado do ano, o book de moedas perde 4,19%, quase o mesmo que o rendimento do fundo no acumulado de 2017: +4,53%. (O CDI acumulado do ano é de 6,50%)
![O 'book' de moedas do Verde está no vermelho 1 10196 ff828a0b 81fc 0000 0004 5875a097e7e6](/wp-content/uploads/media/10196-ff828a0b-81fc-0000-0004-5875a097e7e6.jpg?x67746&v=1533402988)
Não é incomum para o Verde ficar atrás do CDI por longos períodos — e recuperar o prejuízo assim que estoura uma crise. Ele é um dos poucos fundos brasileiros que podem se dar o luxo de ter uma convicção e esperar pacientemente até que o mercado o prove certo.
Mas a aposta contra a China talvez esteja dando errado por outro fator incomum: a conjugação de medidas tomadas pelo camarada Xi Jinping e a ineficácia administrativa do companheiro Trump.
O dólar tem sofrido com a reversão do ’Trump trade’, que acreditava que Trump entregaria US$ 1 trilhão de investimentos em infraestrutura ao longo de uma década e cortaria impostos dramaticamente. Seis meses depois da posse, além de diminuir o status dos EUA no mundo, o Presidente está cada vez mais fraco politicamente para entregar sua agenda.
Do lado chinês, as autoridades estão fazendo de tudo para segurar a moeda.
A China está, simultaneamente: impedindo drasticamente o fluxo de investimento corporativo para fora da País (que este ano cai aproximadamente 80% em relação a 2016); retendo a renovação e emissão de passaportes (o que tem levado muitos chineses a aproveitar viagens para levar malas de cash pro exterior); e não liberando sequer os US$ 50 mil anuais por pessoa física para compra de dólares.
Geraldo Samor