Maki Kaji, o japonês que tornou o Sudoku um jogo de lógica amado por milhões de pessoas no mundo todo, morreu em sua casa em Tóquio no dia 10 de agosto. A morte só foi anunciada esta semana pela Nikoli, a editora que ele fundou com dois colegas de escola, em 1980.
O ‘pai do Sudoku’ tinha 69 anos e enfrentava um câncer das vias biliares. Ele havia deixado o comando da empresa em julho por causa da doença.
Assim como palavras-cruzadas, o Sudoku é uma forma simples de passar o tempo e exercitar o cérebro — mas usando apenas números. Em um painel com 81 quadrados, você tem que colocar os números de 1 a 9 nas linhas verticais ou horizontais. O truque: sem repeti-los. (O painel também é dividido em nove blocos de nove quadrados cada, e cada um deles deve conter os números de 1 a 9, sem repetições.)
Há diferentes teorias sobre a origem oficial do jogo — uma delas diz que ele foi criado pelo matemático suíço Leonhard Euler no século 18 — mas Kaji foi quem o renomeou e popularizou.
Em um discurso em 2008, Kaji disse que conheceu o passatempo em 1984, numa revista americana, com o nome de “Number Place”.
Decidiu levá-lo ao Japão, mas achou que o nome não tinha pegada. Criou um novo: Sudoku, uma abreviação de “Suuji wa dokushin ni kagiru”, algo como “cada número deve estar sozinho”.
Lançado nos anos 80 no Japão, foi só nos últimos 20 anos que o passatempo virou febre em publicações na Europa e nos EUA, e depois ganhou o mundo.
Kaji não registrou o jogo fora da terra natal e, por isso, não ganhou muito dinheiro com seu enorme sucesso mundo afora.
“Eu não me tornei um milionário, mas estou feliz pelo Sudoku ser amado por bilhões de pessoas,” ele disse certa vez num campeonato. “Gosto de minha equipe dizer que tem orgulho de seu trabalho, gosto de uma taça de vinho com minha mulher toda noite, e gosto de corrida de cavalo aos fins de semana. Estou muito satisfeito com o jeito que sou.”
Kajisan deixa a esposa, Naomi, e duas filhas.