A Nvidia assumiu hoje o posto de empresa mais valiosa do mundo, superando a Microsoft e a Apple com um market cap de US$ 3,34 trilhões.

A ação da companhia liderada por Jensen Huang subiu 218% nos últimos doze meses; no mesmo período, o S&P 500 ganhou 24%, e o Nasdaq, 30%.

Nvidia

O papel fechou o dia em alta de 3,5% a US$ 135,58.  A ação atingiu este recorde 11 dias depois de um stock split que tornou o papel mais acessível aos investidores de varejo.

(É a primeira vez desde 2019 que Apple e Microsoft não estarão no topo de valor de mercado.  Naquele ano, a Nvidia não era nem uma ‘top 20’.)

A Nvidia – que desenvolve os processadores mais avançados e disputados de inteligência artificial – é a ação do S&P 500 com a melhor performance neste ano, e a pergunta de um trilhão de dólares é até onde sua alta pode ir.

Como as vendas superando todas as previsões, o múltiplo projetado da Nvidia, que chegou a bater 50x lucro há dois anos, hoje está abaixo de 40x – ou seja, a ação ficou ‘mais barata’ apesar do rali brutal dos últimos meses.

Ainda assim, a ascensão meteórica gera comparações com a Cisco, a provedora de sistemas de comunicação que no auge da bolha da internet, em 2000, chegou a ser a companhia mais valiosa do mundo. Mas a Cisco ganhou concorrentes, a receita não cresceu como se esperava, e hoje vale apenas US$ 185 bi. 

A Nvidia, por enquanto, não tem adversários à altura. Ela domina 80% do mercado de processadores para os data centers de inteligência artificial e seus maiores clientes são as big techs que estão fazendo investimentos maciços em IA: Microsoft, Google, Amazon e Meta.

Segundo a Bloomberg, entre os 72 analistas que cobrem a ação, apenas um tem a coragem (ou a estupidez) de recomendar ‘venda’ para o papel.

Depois da alta de hoje, o Wells Fargo ainda elevou o preço-alvo de US$ 125 para US$ 155, e a Rosenblatt Securities de US$ 140 para US$ 200.

Hans Mosesmann, da Rosenblatt, estima que a Nvidia vai entregar um lucro por ação de US$ 5 em 2026, com um múltiplo implícito de 40x. O consenso de mercado, segundo a FactSet, é de um lucro por ação de US$ 4,16 para aquele ano.