Paul Atkins, o presidente da Securities and Exchange Commission, entrou na campanha pelo fim da obrigatoriedade de divulgação trimestral de balanços.
Em um artigo publicado hoje no Financial Times, Atkins afirmou que irá avaliar a proposta de transformar a exigência em uma publicação semestral, e não mais a cada três meses.
“O governo deve fornecer a dose mínima eficaz de regulamentação necessária para proteger os investidores e, ao mesmo tempo, permitir que as empresas prosperem”, escreveu Atkins, que assumiu a SEC em abril, indicado por Donald Trump.
Advogado republicano favorável à redução da burocracia e a iniciativas market friendly, Atkins vem revendo medidas implementadas por seu antecessor, Gary Gensler – principalmente no que diz respeito aos criptoativos.
“Dar às empresas a opção de apresentar relatórios semestrais não representa um retrocesso na transparência,” escreveu o chefe da SEC no artigo intitulado Let the market decide how often companies report.
Para Atkins, deve haver um “foco renovado em práticas de divulgação orientadas pelo mercado que privilegiam os interesses das empresas e dos seus investidores.”
No artigo, Atkins demonstra sua desaprovação a regras da Europa “motivadas por modismos políticos ou objetivos distorcidos” – citando como exemplo dois relatórios mandatórios criados recentemente, o Corporate Sustainability Reporting Directive e o Corporate Sustainability Due Diligence Directive.
Os reguladores exigem “a divulgação de questões que podem ser socialmente significativas, mas que geralmente não são financeiramente relevantes,” escreveu Atkins. “Essas exigências correm o risco de impor custos que recaem sobre empresas e investidores, ao mesmo tempo em que contribuem pouco para aprimorar as informações que norteiam as decisões.”
Para ele, “se a Europa quiser promover seus mercados de capitais atraindo mais listagens e investimentos, deve se concentrar em reduzir os encargos desnecessários com relatórios. De minha parte, estou comprometido em garantir que, nos EUA, a SEC priorize o bem-estar dos investidores acima dos desejos de ideólogos.”
Recentemente a SEC decidiu abandonar a regra que, pela primeira vez, exigiria divulgações das empresas sobre riscos climáticos – um dos temas centrais na agenda de Gensler.
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