O FMI nomeou Ilan Goldfajn como chefe do Departamento do Hemisfério Ocidental, a posição encarregada da relação do Fundo com os países-membros nas Américas.

Ilan, hoje um executivo do Credit Suisse Brasil, assumirá o cargo em 3 de janeiro, tornando-se um dos poucos brasileiros a ter ocupado uma posição sênior no Fundo — além de Murilo Portugal e Carla Grasso — independentemente de uma representação política.

10437 23a19666 cf4e 0000 0040 7381c77ffb59Será também o primeiro brasileiro responsável pelas Américas, um cargo que já foi ocupado por nomes como o argentino Claudio Loser, o indiano Anoop Singh e o chileno Nicolás Eizaguirre.

Ilan sucederá Alejandro Werner, que está se aposentando. O contrato é de três anos, podendo ser renovado.

A chefia de departamento é o cargo mais alto da hierarquia do Fundo, logo abaixo da suíte que reúne o managing director e três deputy MDs.  Ilan vai assumir o cargo num momento delicado para a América Latina, em que diversos países da região enfrentam calafrios fiscais, baixo crescimento, inflação alta e desemprego.

“Desde a crise da década de 80 que a região não vive um momento tão complexo e tão difícil, e o Ilan traz uma experiência extraordinária,” seu amigo Arminio Fraga disse ao Brazil Journal.

Os dois se conheceram durante a crise da Ásia, em 1997, quando Arminio trabalhava no Soros Fund Management e Ilan era um economista do próprio FMI, trabalhando junto ao então deputy managing director Stanley Fischer, de quem foi aluno.

Ilan foi economista do Fundo de 1996 a 1999. 

Mais tarde, como presidente do Banco Central do Brasil — de maio de 2016 a fevereiro de 2019 — ele supervisionou a implementação de mudanças regulatórias significativas que abriram as portas para novos participantes no setor de serviços financeiros, estimulando a inovação e digitalização. Sua experiência no setor privado inclui ter sido o economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco e da Gávea Investimentos, além de ter sido consultor de várias organizações financeiras globais, incluindo o Banco Mundial, a ONU e o FMI.

Ilan também é um dos fundadores e atual presidente do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), o think tank que reúne economistas de São Paulo.