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Numa estória ainda mal contada, o Banco Santander acaba de revogar a contratação do italiano Andrea Orcel, que seria seu próximo CEO.

O Santander disse que não poderia justificar o valor que teria que pagar para compensar o banqueiro pela remuneração que ele deixaria na mesa no UBS, onde era o chefe do banco de investimento.

 
“Ficou claro que o custo para o Santander de remunerar Orcel pelos prêmios diferidos que ele ganhou nos últimos sete anos, e outros benefícios anteriormente concedidos a ele, seria uma quantia significativamente acima das expectativas originais do conselho no momento de sua indicação,” o banco disse num comunicado ao mercado.
 
Informações públicas dão conta de que Orcel deixou US$ 40 milhões na mesa em ações ‘não-vested’ do UBS.
 
Ana Botín, a presidente executiva do conselho, disse: “O Santander é um banco com responsabilidades significativas para com as sociedades nas quais opera. Ao tomar essa decisão, tivemos que equilibrar o respeito que temos por todos os nossos ‘stakeholders’.”

O anúncio vem pouco mais de três meses depois do Santander anunciar que Orcel substituiria José Antonio Alvarez, que comanda o banco desde 2015 e passaria ao cargo de vice chairman do grupo. Orcel deixou o UBS no início de outubro, e deveria assumir o cargo no Santander agora no início do ano. 

Seu relacionamento com o Santander vem de longa data. Antes de ingressar no UBS, ele trabalhou mais de 20 anos na Merrill Lynch, onde, como head da área de instituições financeiras, tornou-se particularmente próximo a Emilio Botín e assessorou diversas operações do Santander.

Para Orcel, o revertério de hoje é uma perda dupla – que ele provavelmente tentará compensar na Justiça. 

No UBS desde 2012, ele era um dos candidatos à sucessão de Sergio Ermotti – se bem que não era exatamente o favorito, já que o banco suíço tende a privilegiar seus profissionais de ‘wealth management’ na hora de escolher o CEO.