A Boa Safra Sementes — a maior sementeira de soja do Brasil — teve no terceiro trimestre o melhor resultado de seus 12 anos de história.
A receita líquida da empresa alcançou R$ 587 milhões no trimestre, praticamente igual à receita em todo o ano passado e uma alta de 92% em relação ao terceiro tri de 2020. Na mesma comparação, o EBITDA dobrou (+104,4%) para R$ 89,2 milhões e o lucro mais que triplicou para R$ 88 milhões.
O negócio da Boa Safra tem muita sazonalidade, e esse era um receio da empresa antes do IPO, o fundador e CEO Marino Colpo disse ao Brazil Journal.
“Para nós, o terceiro trimestre é quando se confirmam ou não as expectativas. No primeiro semestre, só podíamos dizer que tínhamos pedidos. Agora, de fato, as vendas vieram. Foi um trimestre feliz”, disse Marino.
A soja tem um ciclo anual, e cada trimestre da Boa Safra acompanha um estágio da lavoura. O primeiro semestre é dedicado à produção (1Q) e estocagem das sementes (2Q), e é quando a Boa Safra tem custos mais altos, receitas mais baixas e vai formando sua carteira de pedidos.
No terceiro e no quarto trimestres, chega a hora de o produtor plantar — e da Boa Safra vender as sementes e gerar receita.
Marino diz que quatro fatores alavancaram as receitas. O primeiro foi o aumento de volume produzido — no acumulado de nove meses de 2021, a Boa Safra vendeu 75,6 mil ‘big bags’ de soja (cada uma equivale a 5 milhões de sementes), um volume 21,7% superior ao mesmo período de 2020.
Além disso, graças ao uso de tecnologia, a Boa Safra está vendendo mais produtos com maior valor agregado, e se beneficiou também da alta da soja no mercado internacional e do dólar.
O quarto fator foi o embarque das sementes um pouco mais cedo, acompanhando as chuvas, que também vieram antes. Isso significa que parte das receitas da Boa Safra que viriam no quarto trimestre foram antecipadas para o terceiro.
Na comparação dos últimos 12 meses — para reduzir a sazonalidade — a receita cresceu 55% para R$ 873 milhões, o EBITDA avançou 46% para R$ 152 milhões e o lucro subiu 113,8%, para R$ 135,6 milhões.
A Boa Safra chegou à Bolsa em abril e vem usando os recursos para investir na ampliação de suas unidades de Cabeceiras (GO) e Buritis (MG). No ano que vem, a empresa deve inaugurar uma nova unidade em Jaborandi (BA), e planeja a abertura de centros de distribuição nas principais regiões produtoras de soja do País.