A questão parece quando – e não se – haverá uma correção nas ações americanas. Os múltiplos lá se aproximam de seus recordes históricos. 

O P/L projetado para 12 meses do S&P 500 encerrou outubro em 23,1x – um dos maiores patamares dos últimos 30 anos, ficando atrás apenas dos 24,4x atingidos em 2020, de acordo com dados da FacSet.

“É interessante notar que, em 29 de outubro, os analistas projetavam um lucro por ação recorde para o S&P 500, de US$ 268,30 em 2025 e US$ 304,88 em 2026,” disse a consultoria. “Caso contrário, o índice preço/lucro (P/L) projetado para os próximos 12 meses teria sido ainda maior que 23,1.”

Foi uma virada e tanto desde a correção de abril, sob o impacto do tarifaço de Donald Trump, quando o múltiplo projetado havia recuado para 17,9x.

Segundo a FacSet, praticamente todos os setores analisados estão com múltiplos acima de suas médias históricas para os últimos 25 anos.

Os maiores valuations em relação aos lucros esperados estão, claro, nas empresas de tecnologia. O múltiplo do setor está em 32x ante uma média histórica de 20,3x – a maior discrepância em relação aos 11 setores analisados.

A alta recente vem sendo puxada pelos fortes resultados das companhias e a redução da taxa de juros iniciada pelo Fed.

O mercado americano teve hoje um dia de correção, com analistas e investidores questionando os valuations nas alturas – e não apenas nas empresas diretamente impactadas pelo trade da inteligência artificial.

O S&P fechou em queda de 1,2%. O Nasdaq caiu 2%. 

No ano, o S&P sobe 15%, e o Nasdaq registra alta de 21%.

“Desde 1950 já tivemos 13 correções maiores que 20%. Está com cara de que estamos perto da 14ª,” disse um gestor.