O JP Morgan anunciou uma série de mudanças em seu C-Level num momento em que as apostas sobre quem vai suceder Jamie Dimon  estão cada vez mais quentes.

As mudanças são uma sinalização importante de quem são os principais candidatos ao cargo — e mostra que há poucos nomes na disputa. 

Jamie DimonCom 67 anos, Dimon tem dito que não pretende se aposentar tão cedo, mas já reconheceu em reuniões recentes que “não posso fazer isso para sempre.”

“Minha intensidade é a mesma. Acho que quando não tiver mais esse tipo de intensidade, devo sair,” ele disse numa call com analistas.

Dimon é o CEO mais longevo do JP Morgan, tendo assumido o cargo em 2005. De lá para cá, muitos executivos tidos como possíveis sucessores já deixaram a companhia. 

A principal mudança anunciada agora foi a nomeação de Jennifer Piepszak como co-CEO de uma nova divisão que vai reunir o banco de investimentos e o banco comercial. Ela vai dividir o cargo com Troy Rohrbaugh, que até agora era o co-head de ‘markets and securities services’.

Ambos os executivos têm sido apontados dentro do banco como possíveis sucessores de Dimon, mas a Argus Research, uma casa de análise independente, aposta mais na primeira. 

“A expansão do papel de Piepszak no banco comercial e de investimentos dá a ela um edge no plano de sucessão, já que ela terá uma experiência mais ampla depois de ter co-liderado a consumer unit,” escreveu a casa de análise.

Piepszak está há mais de três décadas no JP Morgan e foi a CFO do banco entre 2019 e 2021. 

Outra executiva que vem sendo considerada para o cargo é Marianne Lake, que não vai mudar de posição mas assumirá o controle de uma das divisões mais importantes do banco, a consumer unit

Lake já era CEO dessa unidade, mas dividia o cargo com Piepszak. 

Daniel Pinto (JP Morgan)Por fim, o terceiro candidato mais provável é o argentino Daniel Pinto, que vai manter seu cargo de presidente e COO, mas vai deixar a posição de CEO do corporate e do banco de investimento, o cargo que ocupa desde 2014.

Dentro do banco, Pinto é visto como a pessoa que assumiria se Dimon “fosse atropelado por um ônibus”, ou seja, se tivesse que deixar o cargo de forma repentina e não planejada. 

Dimon disse num comunicado que o JP Morgan pode “cada vez mais se aproveitar de suas capacidades extraordinárias em toda a empresa dado que vamos continuar gerindo a empresa juntos.” O CEO se referiu a Pinto como seu “parceiro” e disse que ele vai focar na execução das prioridades de negócios.

Apesar das especulações sobre o sucessor de Dimon, a aposta no mercado é a de que ele fique pelo menos mais dois anos na companhia.

O executivo tem um bônus de retenção de 1,5 milhão de opções de ações que lhe foi dado pelo conselho em 2021. No entanto, ele não pode exercer essas opções até 2026, e para ter direito ele tem que continuar no banco por todo o período e entregar algumas metas de performance. 

A única exceção presente no contrato de retenção é no caso de ele sair para assumir algum cargo no Governo — eleito ou não. Nesse caso, ele poderia exercer as opções antes do prazo sem nenhuma penalidade.