Em sua primeira aquisição desde o IPO, a Mosaico está comprando o Vigia de Preço, uma extensão para o navegador Chrome que acompanha o usuário em sua navegação e envia alertas de ofertas ligadas aos sites em que ele entra.
Ao mesmo tempo, a Mosaico anunciou também o lançamento de sua plataforma de cashback, que será potencializada pela extensão de browser.
A Mosaico está pagando R$ 7,5 milhões pelo Vigia de Preço. A marca será descontinuada, mas a tecnologia será incorporada às principais propriedades da Mosaico: os sites Zoom e Buscapé, que ajudam o consumidor a aprender sobre os produtos que procura e a comparar preços.
A aquisição também tem um componente de ‘acquihire’: toda a equipe do Vigia de Preço está indo para a Mosaico, que neste momento tem 50 vagas para desenvolvedores.
“A extensão tem um valor sozinho, e o cashback tem um valor sozinho. Mas combinados, eles têm um valor muito maior,” diz Guilherme Pacheco, o chairman da Mosaico.
Cerca de 200 mil consumidores usam o Vigia de Preço, que fez um GMV de R$ 113 milhões no ano passado. Esse número, no entanto, deve subir significativamente depois que a Mosaico começar a incentivar o uso da extensão por sua base de mais de 30 milhões de visitantes únicos/mês.
Para efeito de comparação, o Méliuz tem 700 mil usuários usando sua extensão para o Chrome, que já responde por parcela relevante da originação de vendas da plataforma, segundo estimativas de mercado.
O cashback deve aumentar significativamente a recorrência de compras nas plataformas da Mosaico, permitir à empresa entrar em categorias nas quais seus sites (focados em eletroeletrônicos e informática) não operam, e aumentar a robustez dos dados sobre o consumidor, permitindo aumentar sua assertividade ao longo do tempo.
Enquanto no ecommerce tradicional o consumidor brasileiro faz em média 2,4 transações por ano, nas plataformas de cashback essa média sobe para 7.
No ano passado, ainda sem oferecer cashback, a Mosaico gerou R$ 4,2 bi de GMV — mais do que o Méliuz e o marketplace do Inter somados.
Agora, “só o cashback tem potencial para ser maior do que todo o nosso negócio,” diz Pacheco.
Além do cashback, no segundo semestre a Mosaico deve introduzir serviços financeiros em parceria com o BTG, com o qual tem um acordo de exclusividade. O banco opera a carteira digital da empresa.
A ação da Mosaico, que saiu a R$ 19,80 no IPO e chegou a negociar a R$ 41, hoje negocia na faixa de R$ 21.