O ModalMais viu sua captação líquida mais que dobrar no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior, e a margem líquida veio acima do consenso de mercado.

O crescimento com lucratividade sugere que o risco de execução pode estar diminuindo, levantando um peso sobre um papel precificado agressivamente no IPO há três meses.

O Modal disse agora à noite que adicionou R$ 6,5 bi a seus ativos sob custódia (AUC), contra uma adição líquida de R$ 3 bi no primeiro tri.  A custódia total fechou o trimestre em R$ 26 bi. 

Mais significativo: a safra de novos clientes teve um tíquete médio de entrada de R$ 102 mil.  Na safra do segundo tri do ano passado, esse número era de apenas R$ 21 mil, sugerindo que o Modal tem conseguido atrair um varejo de mais alta renda.

O guidance de AUC é de cerca de R$ 38 bi no final deste ano.  Para atingi-la, o Modal terá que apenas repetir a adição líquida do segundo tri.

Há poucas semanas, o banco lançou o ModalPremium, um app que permite a clientes com patrimônio acima de R$ 300 mil acessar produtos e serviços de alocação do Credit Suisse via a plataforma do ModalMais. 

O Modal, que tem 30 escritórios de agentes autônomos, também anunciou que acaba de atrair mais um — o Plus, de Belo Horizonte — que tem 20 anos de mercado e quase R$ 1 bi sob custódia. O escritório estava ligado à Ágora.

“Nossa preocupação tem sido fechar não só com os escritórios, mas com os AAs que os compõem,” o CEO Cristiano Ayres disse ao Brazil Journal.  “Muitos escritórios que estão aqui hoje tem mais agentes do que tinham quando fechamos com eles. Eles vêm pra cá e crescem.” 

A receita do banco quase dobrou, e a margem líquida — de 25,8% — foi acima dos 22% modelados pelo Itaú e BofA, duas das três casas que cobrem o papel.

O Modal lucrou R$ 46 milhões, alta de 137% em relação ao mesmo período do ano passado e quase o dobro dos R$ 24 milhões do trimestre anterior.

O banco fechou o dia valendo R$ 3,8 bi na Bolsa.

O consenso de lucro líquido para o ano fechado é de R$ 150 milhões; na primeira metade do ano, o banco já entregou R$ 70 milhões.

O sellside tem um preço-alvo médio de R$ 24 por ação. O papel negocia ao redor de R$ 16, abaixo dos R$ 20 do IPO.