A Mills está comprando a empresa de empilhadeiras JM por R$ 279 milhões, entrando em uma nova vertical e aumentando seu mercado endereçável de R$ 45 bilhões para R$ 59 bilhões.
Depois de uma negociação de quatro meses, a Mills está pagando 4,3x EBITDA pela JM – abaixo do múltiplo em que a própria Mills negocia, de 5,4x.
O pagamento será feito 50% à vista e em dinheiro, 30% em três anos e 20% por meio de um earnout até 2030.
O negócio ainda precisa da aprovação do CADE, o que deve levar cerca de 60 dias.
A JM é uma empresa de Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, mas atua em todo o território nacional a partir de cinco filiais.
“Além da entrada em um novo segmento, a JM tem muita exposição ao agronegócio, cerca de 45% da receita, o que é muito atrativo para nós,” o CEO Sergio Kariya disse ao Brazil Journal.
Além disso, a Mills também vai ter um aumento relevante de participação da linha amarela em seu resultado.
A empresa estreou no segmento – que também inclui tratores e retroescavadeiras – em 2022 com a compra da Triengel e, de lá para cá, quadruplicou sua frota. Com a compra da JM, a linha amarela vai passar de 10% para 15% do faturamento – e a meta é chegar a 20% até o fim do ano.
O principal negócio da Mills continua sendo a locação de plataformas aéreas para grandes empresas.
Segundo Kariya, a JM vai ajudar a empresa a atender a demanda por empilhadeiras da sua atual carteira de clientes: 60% deles possuem alguma empilhadeira em suas operações.
“Temos um mercado endereçável e uma venda cruzada muito próxima,” disse.
O executivo também lembra que um foco da Mills nos últimos trimestres era o aumento do duration dos contratos, e a JM também ajudará nisso: seu prazo médio de contratos está entre 3 a 5 anos.
Depois da compra de hoje, a alavancagem da Mills subirá de 0,5x para 0,8x, e o CEO disse que planeja mais aquisições.
A Mills divulgou ontem à noite seus resultados do primeiro trimestre, que vieram abaixo do consenso, especialmente na receita.
A receita líquida subiu 8,5% na comparação anual para R$ 353,2 milhões. O EBITDA cresceu 5%, para R$ 169,4 milhões – mas com a margem caindo 1,7 ponto, para 48%.
Segundo Kariya, houve o impacto da sazonalidade com o período de chuvas e a entressafra no agronegócio.
As margens também foram impactadas pelas vendas de maquinários após o fim de alguns contratos, o que fez a depreciação aparecer no balanço.
As ações da Mills sobem 47% em 12 meses. A empresa vale R$ 3,4 bilhões na Bolsa.
A Mills teve a Artica como assessor financeiro e a Veirano como assessor jurídico.
A JM foi assessorada pela VGRI Partners.