A Aena Brasil lançou uma concorrência para a operação dos ativos de out of home em seus 17 aeroportos no País, uma disputa que promete ser uma briga de foice entre as gigantes do setor.

Eletromidia, JCDecaux e NEOOH devem entrar na disputa cujo grande prêmio é o aeroporto de Congonhas, a joia da coroa da Aena no Brasil.

Hoje Congonhas conta com três empresas de OOH: NEOOH, Kallas Mídia e a Eletromidia, que está apenas nas telas de voo. 

O mercado espera que a Aena bata o martelo até julho.

Os aeroportos da Aena movimentaram mais de 43,3 milhões de passageiros em cerca de 480 mil pousos e decolagens no ano passado, o que faz da companhia a maior operadora aeroportuária do Brasil. 

O mais movimentado foi Congonhas, com 23,1 milhões de viajantes – uma alta de 4,5% em relação ao ano anterior. Logo depois vem o aeroporto de Recife com 9,6 milhões de passageiros, uma alta de 6,1% ano contra ano. Maceió fecha o pódio com 2,7 milhões, um crescimento de 14,2%. 

Depois de anunciar a concorrência – sem detalhes sobre lotes ou valores – a Aena marcou reuniões com executivos do setor para apresentar sua visão para o negócio.

No mercado, especula-se que serão dois lotes: um tendo Congonhas como o ativo mais valioso, e outro com Recife. Também não está descartado um pacote com os 17 aeroportos. O contrato seria de dez anos. 

No comunicado, a Aena disse que vai escolher o operador a partir de uma série de fatores, como a elevação da experiência do passageiro, novas tecnologias, visão estratégica e ampliação das receitas.

“Mas no fim das contas, a gente sabe que o que vai valer mesmo é o preço,” um executivo do setor disse ao Brazil Journal.

Apesar de Congonhas ter seu apelo como o segundo maior aeroporto do País em número de passageiros – e o maior que ainda não tem uma empresa operando o OOH com exclusividade – executivos do setor estão preocupados com os valores.

Segundo uma fonte, é possível que o valor de outorga ultrapasse os R$ 100 milhões – podendo chegar a R$ 200 milhões. Depois, investimentos de cerca de R$ 100 milhões por ano. 

“Considero Congonhas o ativo mais valioso em aeroportos, o mais influente, afinal todos os executivos do Brasil estão nele todas as semanas,” disse essa fonte.

Errar no tamanho da aposta pode ser fatal para as companhias. 

“No passado, muitas empresas quebraram ou devolveram as concessões por não conseguirem se remunerar. Não adianta fazer a qualquer preço,” disse o executivo de uma das grandes empresas. “Não vamos fazer loucuras.”