Uma comparação feita pelo chief investment officer da Itaú Asset, Eduardo Camara Lopes, mostra como a curva de juros no Brasil se descolou da do México (para pior) — seja graças à resposta à pandemia ou aos constantes tiros no pé disparados pelo Planalto.

Abaixo, o gráfico e a íntegra da postagem:

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“Prêmio de risco fiscal em um gráfico.

Um país gastou muito na pandemia. O outro gastou pouco (sem julgamento aqui, apenas factual).

A linha vermelha é a curva de juros do Brasil. A azul é a do México.

Uma tem a taxa básica bem baixa a 2%, mas a curva super inclinada com juro de 10 anos a 9%. E não consegue emitir mais títulos de longo prazo.

O outro tem uma taxa básica de 4%, mas a curva é pouco inclinada, com o juro de 10 anos a 6%. Ah, e consegue emitir dívida de 30 anos.

Empresas e indivíduos se financiam com a curva de longo prazo (projetos de infraestrutura, financiamento de compra de imóveis…)

A diferença das curvas é, entre outras coisas mas principalmente e de maneira simplificada, o prêmio de risco fiscal.

Qual curva você preferiria que seu país tivesse?”

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A comparação mostra que a macroeconomia brasileira está sendo prejudicada por fatores internos. A este respeito, Arminio Fraga disse hoje ao Globo, comentando a queda de 4,1% no PIB em 2020 — a maior desde 1991:

“O vento a favor está muito forte lá fora, preço das commodities subindo, uma situação, para o Brasil, rara. Mesmo assim, a taxa de câmbio foi para R$ 5,7. As pessoas deveriam se perguntar o que está acontecendo. É um quadro geral extremamente preocupante, dificílimo, não há como negar.” 

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Mas talvez nada resuma melhor o momento do que o vídeo abaixo, que viralizou hoje nas redes: