O UBS BB elevou hoje seu preço-alvo para o Mercado Livre depois de incorporar ao modelo os resultados do quarto trimestre — que vieram acima do esperado — e a expansão do negócio de publicidade.
O banco aumentou o preço-alvo de US$ 1.300 para US$ 1.550, um upside potencial de 25% em relação ao preço de tela.
“Vemos o Mercado Livre bem posicionado para continuar ganhando market share no ecommerce enquanto expande sua operação de fintech e suas soluções de ads,” escreveu o analista Kaio Prato.
O UBS também ressaltou o crescimento expressivo do GMV da companhia, principalmente no Brasil, e a evolução no segmento de crédito, com um leve crescimento e uma queda na inadimplência.
Na semana passada, o Santander também já havia elevado seu preço-alvo para a ação, passando de US$ 1.300 para US$ 1.500.
O analista Ruben Couto disse que conversou com o management do MELI e saiu com insights “valiosos” e uma visão “construtiva renovada” sobre a tese.
O banco elevou suas estimativas para a receita do ecommerce em 9% para o período de 2023 a 2025, mas reduziu sua projeção para a receita da vertical de fintech.
“No entanto, a mudança mais relevante nas nossas estimativas foi de novo em relação a lucratividade, já que agora esperamos uma expansão de margem EBITDA mais acelerada, com a margem atingindo 17,3% em 2025,” escreveu o analista.
O Mercado Livre não é exatamente uma ação barata. Nas contas do Santander, a companhia negocia a 75x seu lucro estimado para este ano, de cerca de US$ 800 milhões. “Mas considerando seu CAGR robusto para o lucro de 41% entre 2023 e 2026, vemos uma rápida compressão do múltiplo nos próximos anos.”
Para o Santander, investir no Mercado Livre nos preços de hoje pode implicar uma taxa interna de retorno de 14% ao ano num horizonte de três anos.
O Santander também notou que o Mercado Livre continuou a ganhar market share no Brasil no primeiro tri, apesar da performance estável do mercado e em meio a um cenário macro desafiador. “No México, a companhia está focada no potencial significativo do mercado de fintech, enquanto turbina seus investimentos em logística para suportar o crescimento do ecommerce.”
O UBS BB também destacou o potencial do segmento de publicidade para o Mercado Livre. Hoje, a receita dessa vertical representa 1,4% do GMV da companhia; a expectativa do banco é que essa penetração suba para 1,7% este ano e para 2,1% em 2024.
“Mesmos considerando esses avanços nos próximos anos, a receita de ads como porcentagem do GMV continuaria bem abaixo de alguns peers, como a Amazon,” escreveu Kaio, do UBS BB.
No final do ano passado, a receita de ads da Amazon representava 6,6% do GMV da companhia, um número que deve subir para 7,1% este ano e 7,4% no ano que vem.
“O gasto com publicidade digital tem crescido a duplo dígito nos últimos anos na América Latina, e já ultrapassou o mercado tradicional de publicidade,” escreveu o UBS BB. “Vemos o Mercado Livre como um beneficiário dessa tendência. Com 148 milhões de usuários ativos e 1,1 bilhão de itens vendidos em 2022, o MELI tem uma quantidade de dados enorme sobre as pesquisas dos consumidores e hábitos de consumo, que podem ser usados para fazer um match mais eficiente entre o anunciante e a audiência correta.”