Com o excesso de liquidez global, os mercados de ações parecem só ter uma direção. 

Mas o que pode dar errado?

O Credit Suisse acaba de publicar um relatório elencando o que considera os principais riscos para a sustentabilidade deste rali que já dura 12 anos. 

Segundo o banco, o primeiro risco é um crescimento fraco do PIB na Europa, que pode afetar o mercado local. Segundo o CS, o ‘rollout’ da vacinação na região está sendo decepcionante ao mesmo tempo em que as políticas fiscais de estímulo estão bem menos generosas que no primeiro lockdown. 

O segundo risco: o Federal Reserve se tornar menos expansionista a partir do segundo semestre, o que causaria uma correção nos mercados. O CS cita ainda a desaceleração da China e a deterioração de suas contas correntes, e a redução das margens de lucro das empresas como potenciais riscos.

Outros riscos com probabilidade menor: as vacinas não funcionarem para certas mutações da covid, e um impasse fiscal no Senado dos EUA. 

O banco diz estar “otimista” com equities — apesar de enxergar excessos em toda parte.

“Nas últimas semanas, o mercado tem mostrado sinais claros de excesso. As ações estão muito ‘sobrecompradas’ (o percentual de ações negociando acima de sua média móvel de 200 dias está em níveis só vistos em 2010) e a relação call/put de ações individuais está em níveis extremamente esticados,” diz o relatório. “Também há algumas áreas de valuations extremos, com o percentual de ações de tech negociando acima de 5x receita atingindo níveis de 1999.”