O Mercado Bitcoin acaba de anunciar Lucas Lopes – um veterano da Experian – como o novo CEO da operação brasileira, com a missão de aumentar a participação dos produtos B2C na receita e diminuir a dependência do trading de criptomoedas.
Lopes vai assumir o cargo que era de Reinaldo Rabelo, que agora vai liderar a operação da Europa. A subsidiária vai receber um investimento de € 50 milhões e tem Portugal como o principal mercado.
Ambos responderão a Roberto Dagnoni, o chairman da 2TM, a holding que controla a companhia.
No Brasil, Lopes terá como foco tornar o MB a principal porta de entrada dos brasileiros no universo cripto, disse a companhia. Se nos últimos anos parte do crescimento da startup foi através da tokenização de empresas, agora a aposta será novamente no crescimento do B2C.
Para isso, o novo CEO quer melhorar a experiência do usuário no aplicativo do MB e criar mais conteúdos educativos para explicar o mundo cripto a novos usuários.
“O que me trouxe para o MB foi a possibilidade de agregar: enquanto o Dagnoni e o Reinaldo têm experiência na área de cripto, eu posso ajudar com soluções para escalar o negócio,” o novo CEO disse ao Brazil Journal.
Lopes foi contratado para repetir o que fez na Experian. Ele passou os últimos 14 anos no gigante de crédito britânico. No Brasil, chegou ao cargo de CTO da Serasa. Em 2022, mudou-se para a Inglaterra, onde ocupou os cargos de chief product officer da Experian nas áreas de D2C e B2B.
O novo CEO comandou uma mudança no modelo de negócios da Experian.
Até então totalmente focada em score de crédito – que ainda tem mais peso por lá do que no Brasil – a Experian viu alguns de seus concorrentes passarem a oferecer o mesmo serviço, só que de forma gratuita.
Com seu principal negócio ameaçado, a Experian convocou Lopes para criar novas formas de monetização, algo que ele já havia feito no Brasil, com o lançamento de um marketplace financeiro e ferramentas de proteção antifraude.
“Na Experian, escalamos produtos de um faturamento zero para US$ 100 milhões em cinco anos,” disse Lopes.
A ideia é fazer o mesmo no MB, com produtos como o cartão de crédito, que tem cashback em bitcoins, e a renda fixa digital – um token com lastro em ativos reais e costuma ter retornos mais altos que os títulos de renda fixa tradicionais.
Além disso, a startup quer aumentar a cessão de crédito tendo o bitcoin dos usuários como garantia.
Dessa maneira, Lopes prevê aumentar a participação da receita do B2C no faturamento, hoje em 30% – o restante vem do negócio de trading. A ideia é chegar a 50% do total antes de 2030.
A ambição da MB é sair dos 4 milhões de clientes para 25 milhões até 2030 e aumentar o faturamento em 10x. O MB também quer atingir R$ 400 bilhões em volume transacionado no País neste período.
Além de levar mais produtos que já estão disponíveis no Brasil para a Europa, uma das apostas da MB para crescer no Velho Continente é o serviço MB One Internacional, um canal voltado para clientes private que permite aos investidores manter contas ativas de cripto nos dois países.
“Chegar à Europa com a bagagem de inovação e experiência adquirida no Brasil acelera a consolidação da nossa operação,” disse Reinaldo.
A investida do MB na Europa começou em 2022, quando a startup comprou a exchange portuguesa CriptoLoja.
A startup já tem a operação autorizada pelo Banco de Portugal e ainda aguarda a licença da MiCA, que regulamenta os mercados de criptoativos na União Europeia.











