O Mater Dei reportou um terceiro trimestre com o maior EBITDA de sua história, um reflexo das medidas de ganho de eficiência e do ramp up dos novos hospitais do grupo.
A rede hospitalar de Belo Horizonte fez um EBITDA de R$ 126 milhões no trimestre e de R$ 338 milhões no acumulado do ano, um crescimento de 38,7% e 17,6%, respectivamente na comparação anual.
A margem EBITDA chegou a 22,2%, um ganho de 3,6 pontos percentuais em relação ao terceiro tri do ano passado.
Já a receita líquida cresceu 16,3%, para R$ 567 milhões, com um aumento de 10,9% no tíquete médio.

Os números do Mater Dei vieram ligeiramente acima do consenso dos analistas, que esperavam um EBITDA de R$ 118 milhões, com margem de 21,3%, e uma receita líquida de R$ 553 milhões.
“Foi um trimestre em que crescemos, mas em que a eficiência das unidades cresceu ainda mais, de forma desproporcional,” o CEO José Henrique Salvador disse ao Brazil Journal. “Isso aconteceu pela estabilização com crescimento dos hospitais mais maduros e pelo ramp up de dois hospitais mais novos: o de Nova Lima e o de Salvador.”
O executivo disse que o hospital de Nova Lima, que abriu as portas em agosto do ano passado, já está operando com uma margem EBITDA superior à do consolidado do grupo — e que isso acontece por uma combinação de fatores.
“Essa unidade não tem muitos leitos abertos, mas tem muita receita fora dos leitos, pela oncologia, medicina diagnóstica, e porque atende casos cirúrgicos que são de pacientes de média e alta complexidade,” disse ele.
O Mater Dei Nova Lima também se beneficia de estar próximo de outros hospitais do grupo, “o que dilui seus custos administrativos, tornando a operação mais leve.”
Segundo o CEO, o Mater Dei Salvador também contribuiu para a melhora da rentabilidade no trimestre.
O hospital, que abriu em 2022, ainda opera com rentabilidade menor que a do consolidado, mas já atingiu uma margem EBITDA de dois dígitos no trimestre.
“A receita líquida de Salvador cresceu 27%, bem acima do consolidado. E isso veio do crescimento dos pacientes oncológicos, que cresceram 59%, e dos pacientes cirúrgicos, que cresceram 24%,” disse ele.
O lucro líquido de R$ 27 milhões sofreu um impacto não recorrente dos custos com uma operação de alongamento de debêntures que a companhia fez no trimestre, estendendo o vencimento desses títulos em 4 anos e reduzindo o custo em 50 basis points.
Essa operação, no entanto, gerou um impacto negativo de R$ 8 milhões no bottom line, que teria vindo em R$ 35 milhões não fosse por isso. (O consenso era um lucro de R$ 30 milhões).
O Mater Dei também reportou uma melhora significativa em sua geração de caixa, conseguindo reduzir sua dívida líquida pelo segundo trimestre consecutivo.
A geração de caixa operacional foi de R$ 134 milhões. Excluindo os investimentos, pagamentos de juros e de impostos, a geração de caixa livre foi de R$ 67 milhões. Tirando desse valor os R$ 14 milhões em recompras que a companhia fez e mais R$ 11 milhões do custo do alongamento das dívidas, o Mater Dei conseguiu reduzir sua dívida líquida no tri em R$ 42 milhões.
No segundo tri, a companhia já havia conseguido cortar R$ 35 milhões da dívida, depois de passar alguns trimestres com a geração de caixa livre no zero a zero.
“Se não acontecer nada fora do nosso controle, vamos entrar agora num ciclo de geração positiva de caixa e redução da dívida,” disse o CEO.
O Mater Dei fechou o tri com uma alavancagem de 1,8x o EBITDA dos últimos doze meses.
A companhia vale R$ 1,4 bilhão na Bolsa e negocia a 8x o lucro estimado para 2026.











