Com 35 anos de carreira e mais de mil shows na bagagem, Marisa Monte é um dos maiores nomes da música brasileira. Tem mais de 15 milhões de álbuns vendidos e importantes prêmios nacionais e internacionais, incluindo cinco Grammy Latino.

Cantora, compositora, produtora musical e multi-instrumentista, ela relembra as origens da sua ligação com a música e a sua trajetória.

“As coisas aconteceram muito rápido para mim, muito cedo. Não teve um momento em que disse: ‘vou ser cantora’. Fui sendo, fazendo e gostando”, disse a Nilton Bonder neste episódio do The Business of Life.

Filha de Carlos Monte, que foi diretor cultural da Portela nos anos 1970, Marisa Monte demonstrou desde muito cedo interesse pela música. “Não havia músicos na minha família, mas sempre foi algo muito presente em casa.”

“Quando criança, lembro de o Monarco (sambista líder da Velha Guarda da Portela) ir lá em casa. Ele perguntava se eu sabia quem era o Candeia (um dos fundadores da Portela) e falava que ia me levar para aprender a sambar com ele.”

Ainda na infância, mergulhou nas obras de diferentes artistas brasileiros, como Noel Rosa, Carmen Miranda e Dalva de Oliveira. “Toda essa música brasileira pré-bossa nova.” Começou a estudar canto aos 14 anos e, depois, canto lírico.

Aos 16 anos, veio o convite para gravar o primeiro disco, mas ela recusou por acreditar que ainda não estava preparada. Quatro anos depois, aos 20, a cantora despontou na cena musical.

Conhecida por sua voz suave e ao mesmo tempo potente, além de cantar, Marisa Monte desenvolveu outras frentes de trabalho. “Fui fazendo outras coisas – compondo, produzindo, depois tive meu selo – e abrangendo de forma lateral um universo maior nas maneiras de interagir com a música e com as forças que temos que lidar para fazer música profissionalmente”, diz.

Engajada na discussão sobre a regulamentação das big techs e a proteção aos direitos autorais, a cantora vê o momento propício para a retomada desse debate.

“Vivemos uma revolução tecnológica nos últimos 20 anos, desde o início da internet, com as empresas de tecnologia crescendo muito rápido no vácuo de regulamentação. Hoje está clara a necessidade de repactuação de algumas questões.”

Atualmente em turnê pelo Brasil com o aclamado “Portas”, o nono álbum em estúdio de sua carreira, a artista vê o palco como uma extensão da vida.

“Já fiz tantos shows, em tantas circunstâncias. Do som parar, gente passar mal na plateia, faltar a luz, que já relaxei quanto a imprevistos. Acho que o palco é um lugar em que tudo pode acontecer, mas não é um lugar em que fico nervosa. É igual a vida: você vai vivendo.”

Em The Business of Life, o rabino e escritor Nilton Bonder conversa com personalidades de sucesso para abordar suas histórias em diferentes dimensões.

Entre os entrevistados em episódios anteriores, estão Pedro Bial, Abilio Diniz, Nora Rónai, Roberto Medina, Nelson Motta, Regina Casé, Luiza Trajano e Wagner Moura. Veja a lista completa.