O resultado do Magazine Luiza no terceiro trimestre mostra que a empresa continua perseguindo o aumento da rentabilidade – com números melhores em algumas linhas do balanço.
Mas o crescimento da receita ficou mais uma vez adiado.
A margem bruta aumentou 2,9 pontos percentuais frente ao mesmo período de 2022 e chegou a 30,4%, o maior patamar em seis anos. O número também ficou acima do consenso do mercado captado pela Refinitv, que era de 27,8%.
O aumento da margem se deve aos repasses do Difal (o diferencial de alíquota de ICMS que está sendo embutido nos preços) e também ao aumento das receitas de serviços, especialmente no market place – por exemplo, com logística e antecipação de recebíveis.
No terceiro tri, a empresa priorizou o crescimento do marketplace. “É um canal de maior rentabilidade, que contribuiu para o aumento da margem bruta e do EBITDA,” o CFO Roberto Bellissimo disse ao Brazil Journal.
Além disso, as categorias do marketplace são mais variadas – é menor a dependência dos eletroeletrônicos, segmento que continua pressionado.
As vendas do marketplace somaram R$ 4,4 bilhões no trimestre, 25% mais que no mesmo período de 2022. Esse canal responde por 30% das vendas totais do Magalu e por 41% do online.
Já as receitas vindas do marketplace aumentaram 44% no período, o que mostra a estratégia de ampliar a rentabilidade desse canal, disse o vp de negócios, Eduardo Galanternick.
A margem EBITDA ajustada ficou em 5,7%, acima dos 5,6% do terceiro tri de 2022. Segundo Bellissimo, a tendência é que a margem fique entre 6% e 7% a partir de outubro, em razão da maior rentabilidade e da redução de despesas com marketing.
Os analistas esperavam uma margem de 6% já no terceiro trimestre, segundo o compilado da Refinitiv.
A receita foi de R$ 8,759 bilhões, uma queda de 2,6% frente ao segundo trimestre e pouco abaixo do consenso de R$ 8,787 bilhões.
“Crescemos um pouco menos, mas tivemos um melhor equilíbrio entre receita e rentabilidade, com margens mais saudáveis,” diz Bellissimo.
“Agora estamos numa posição de aproveitar o movimento de queda de juros e voltar a crescer mais,” diz Galanternick.
O prejuízo líquido ajustado ficou em R$ 143 milhões, abaixo dos R$ 170 milhões do segundo tri e do consenso da Refinitiv, que indicava R$ 154 milhões.
As despesas financeiras caíram R$ 100 milhões para R$ 456 milhões, ou 5,3% da receita (há um ano, respondiam por 6,2% das receitas).
O caixa total fechou o tri em R$ 8,1 bilhões – R$ 3,3 bilhões em aplicações financeiras e R$ 4,8 bilhões em recebíveis de cartões. A dívida de curto prazo, que vence até 2024, está em R$ 3 bilhões.
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