Todas as áreas do BTG Pactual reportaram um segundo trimestre mais forte — algumas delas postando recordes — com o banco surfando a atividade intensa dos mercados e a tesouraria voltando a tomar risco.
O banco reportou esta manhã um lucro líquido ajustado de R$ 987 milhões, 25% acima do primeiro trimestre e em linha com o quarto tri do ano passado, o último antes do choque da covid.
O retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 17,5% — um número que não considera os recursos do follow-on de R$ 2,65 bi, que entraram no caixa no último dia do trimestre.
A receita total pulou quase 64% em relação ao trimestre anterior, para R$ 2,48 bilhões.
Nas atividades de banco de investimento, a receita cresceu 17,6% em relação ao primeiro tri. O BTG reportou receita recorde na emisssão de debêntures e bonds para companhias, muitas das quais com sua demanda represada pelo primeiro momento da pandemia e que voltaram ao mercado em seguida.
O portfólio de crédito aumentou quase 20% e passou de R$ 57 bi — segundo o banco, o crescimento foi em cima de “nomes com bom risco de crédito, níveis adequados de provisão e spreads mais altos.”
Mas a melhor performance veio justamente da maior linha de receita do banco — a área de Sales & Trading — que caíra 33% no primeiro tri e agora viu a receita mais que dobrar. A receita com corretagem bateu recorde histórico, refletindo a liquidez inédita do mercado secundário. Nas atividades que demandam uso do balanço — como renda fixa, câmbio e equities — a firmeza dos mercados convenceu o BTG a ser mais assertivo. O chamado VaR — o risco tomado pelo banco como percentual de seu patrimônio — subiu de 0,37% no primeiro tri para 0,5% agora, mas ainda abaixo da média histórica.
Os custos operacionais subiram quase 60% em relação ao primeiro tri — principalmente porque o banco começou a provisionar os bônus associados à performance do ano. Mas o custo como percentual do resultado caiu ligeiramente, de 42,9% no tri anterior para 41,8% agora.
Nas franquias de gestão de recursos e wealth management — crescentemente foco de atenção dos investidores tendo em vista a base de custódia e o valuation da XP — o BTG captou R$ 22,5 bi em termos líquidos (contra R$ 21 bi no primeiro tri), incluindo o BTG Digital.
O uso mais intenso do balanço foi mais do que compensado pelo capital levantado no follow-on, fazendo a Basiléia — a principal medida de solvência — subir de 19,4% para 19,6%.
O funding do banco — depósitos a prazo, títulos emitidos e depósitos à vista — que havia crescido R$ 7,5 bilhões no último tri, desta vez cresceu R$ 18,9 bilhões.