André EstevesO plano do fundo de investimento do FGTS de investir R$ 500 milhões na Estre Ambiental — publicado em EXAME desta semana — é uma excelente notícia para o BTG Pactual.

O banco comandado por André Esteves é ao mesmo tempo credor e acionista da Estre, a maior empresa privada de coleta e tratamento de lixo do País.

Estima-se no mercado que o BTG tenha R$ 400 milhões investidos nas ações da empresa e mais R$ 600 milhões emprestados à Estre, comandada pelo empresário Wilson Quintella.

A dívida da Estre chega hoje a R$ 1,7 bilhão, o que equivale a mais ou menos um ano de seu faturamento. Assim, os recursos do FGTS vão dar um alívio ao balanço da empresa, deixando credores como o BTG mais tranquilos.

Em outubro de 2011, o BTG comprou uma fatia de 20,9% na Estre, que tem investido muito para consolidar o setor de gestão de resíduos sólidos no Brasil. Nos últimos anos, a Estre já comprou as empresas Resicontrol, Cavo (do grupo Camargo Corrêa), Itaboraí, Soma, Viva Ambiental, e Geo Vision, além de uma participação de 11% na companhia americana Star Atlantic Waste Holdings.

Quintella quer que a Estre esteja entre as cinco maiores empresas do mundo no segmento de resíduos sólidos, com um faturamento em torno de R$ 5 bilhões até 2016. O preço dessa ambição estratégica tem sido um aumento no endividamento.

A Estre é apenas uma das 31 empresas que o BTG controla ou nas quais tem participação minoritária, seja com capital próprio ou com recursos de terceiros, por meio de seus fundos de private equity. Duas dessas empresas estão precisando de nova injeção de capital, como já comentamos aqui. No Banco Pan, que pertencia a Silvio Santos, o BTG deve ter que colocar mais R$ 500 milhões . Já a rede de drogarias Brasil Pharma anunciou que vai aumentar seu capital em até R$ 375 milhões, mas muitos analistas consideram pouco.