A Kraft Heinz, sob gestão da 3G Capital, anunciou agora à tarde que vai fechar sete das suas 41 fábricas na América do Norte, levando à demissão de mais 2.600 funcionários.
Em agosto, a companhia já havia anunciado o corte de 2.500 posições nos Estados Unidos e Canadá.
As medidas — parte do ‘playbook’ clássico da 3G — mostram que a empresa está tentando reduzir capacidade ociosa e diminuir redundâncias operacionais para economizar 1,5 bilhão de dólares de custo ao ano, a meta prometida aos acionistas.
O desafio do CEO Bernardo Hees é imenso, até porque o mercado já está pagando por estas sinergias antecipadamente. Na Bolsa de Nova York, a Kraft Heinz negocia a 23,4 vezes seu lucro estimado para 2016, dando ao management da empresa margem limitada de erro.
Medida pelo EV/EBITDA — um múltiplo que compara o valor da firma com sua geração de caixa — a Kraft Heinz negocia a 15,7 vezes. (Para efeito de comparação, o S&P 500 negocia a 10,3 vezes.)
A Kraft Heinz vai anunciar seus resultados do terceiro trimestre amanhã, depois do fechamento do mercado.
A empresa vai transferir a produção das fábricas que serão fechadas para outras plantas ao longo dos próximos 12 a 24 meses.
Outra medida será a mudança da sede da marca Oscar Meyer (de carnes processadas) do Estado de Wisconsin para uma das duas sedes corporativas da Kraft, em Chicago.
A 3G Capital — veículo de investimentos dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — é responsável pela gestão da Kraft Heinz, e a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, é o maior acionista da empresa, com 26,8% do capital.