A Klabin levantou US$ 500 milhões num sustainability-linked bond de 10 anos a uma taxa de 3,2%.

O título, com cupom de 3,2%, saiu ao par. 

Foi o yield mais baixo já conseguido por uma empresas brasileira com o mesmo rating da Klabin (BB+ pela Fitch e S&P) e o segundo mais barato da história, perdendo apenas para os 3,10% pagos pela Suzano na reabertura de seu bond com vencimento em 2030 feita ano passado. (A Suzano tem grau de investimento, um notch acima do rating da Klabin.)

A Klabin é a segunda empresa na América Latina a emitir um sustainability-linked bond. A Suzano estreou neste mercado ano passado.

Num green bond — que a Klabin já emitiu em 2017 e em 2019 — o emissor precisa aplicar o recurso em projetos verdes e presta contas até o vencimento da dívida.  Já no sustainability-linked bond, o uso do recurso é livre, mas o emissor concorda em atingir certas metas. Se falhar, o custo da operação sobe.

A Klabin se comprometeu com três metas: reduzir o consumo de água por tonelada de produto, reduzir o nível de resíduos sólidos de suas operações, e reintroduzir duas espécies animais extintas no bioma onde estão localizadas as florestas da companhia.

Os coordenadores da oferta foram Bradesco BBI, Itaú BBA, JP Morgan, Bank of America, Citigroup e Morgan Stanley.

A curva da Klabin agora tem bonds vencendo em 2024, 2027, 2029, 2031 e 2049.

No momento da oferta, o 2029 da Klabin estava negociando no mercado secundário a um yield de 3,40% — acima do pricing do novo bond apesar de ter um vencimento dois anos mais curto.

Em outras palavras:  em vez de cobrar mais por um título mais longo, o mercado aceitou receber cerca de 30-40 pontos-base a menos para deter um bond sustentável — ou seja, pagou um ‘greemium’, no neologismo recém criado que mistura ‘green’ com ‘premium’.

Também nesta terça, o BTG Pactual emitiu US$ 500 milhões num green bond de cinco anos a 2,875%.  É a primeira emissão pública de um green bond por parte do BTG, que já havia estreado no mercado com uma emissão privada de US$ 50 milhões em novembro.  O BTG recentemente passou a fazer parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 e quer fortalecer suas credenciais para ajudar os clientes a participar deste mercado.

“A economia está se transformando e queremos nos posicionar como um player relevante neste ambiente,” o CFO João Dantas disse ao Brazil Journal.