A Klabin levantou um empréstimo sindicalizado de US$ 595 milhões, reforçando seu caixa num momento de baixa no ciclo da celulose e do papel kraft.

O empréstimo tem prazo de cinco anos e um custo médio de 205 basis points acima da SOFR, a taxa internacional do mercado interbancário que substituiu a Libor, que hoje está ao redor de 5,33%. 

A Klabin está pagando um spread sobre a SOFR de 150 bps nos primeiros dois anos, 175 bps no ano três, 250 bps no ano quatro, e 300 bps no ano cinco. 

A Klabin já tinha um balanço robusto, liquidez alta e uma dívida longa. No final do segundo tri, a empresa tinha uma alavancagem de 2,8x e uma posição de caixa de R$ 6 bilhões, o suficiente para cobrir seus vencimentos nos próximos 3,5 anos. O prazo médio de sua dívida é de 8,7 anos. 

A transação é oportunística. Em momentos de turbulência de mercado, o custo de uma nova emissão de bonds sobe porque os investidores exigem um prêmio maior – o que o mercado de syndicated loans consegue evitar, dada sua natureza bilateral.

Olhando a SOFR de 5 anos (hoje em 4,48%) e ‘swapando’ o custo para uma taxa fixa, o empréstimo saiu a um custo all-in de cerca de 6,40-6,50% em dólar. Para efeito de comparação, o bond com vencimento em 2031 da Klabin negocia hoje a um yield de 7,27%. 

Agora, a Klabin tem dentro de casa um verdadeiro “war chest”, capaz de garantir sua liquidez e financiar oportunidades de M&A. 

Além dos US$ 595 milhões levantados agora, a empresa ainda tem uma revolving credit facility com um pool de bancos no total de US$ 500 milhões e que pode ser sacada até 2026. (Esse ‘revolver’ foi contratado há dois anos – no meio da pandemia – e nunca foi sacado.)

O empréstimo foi coordenado pelo JP Morgan e teve a participação de Santander, Crédit Agricole, BNP Paribas, Mizuho, MUFG, KfW e Bradesco. O maior cheque (US$ 150 milhões) veio da EDC, a agência de fomento do Canadá.