Gabriel Abrão ainda fazia administração de empresas no Insper quando decidiu criar seu próprio negócio.
Em 2016, com apoio do família, o moleque de 21 anos abriu o Kitchin, um pequeno restaurante japonês que começou na rua Iaiá e ficou mais conhecido pela loja dentro do Shopping JK Iguatemi — um sushi de qualidade no pós-mercado dos farialimers.
O negócio prosperou, ganhou filhotes na pandemia, e agora vai chegar ao Rio de Janeiro: em julho, o Kitchin abre as portas no Shopping Leblon, onde deve atrair o público da Zona Sul e os lebloners que trabalham nas diversas gestoras da torre comercial do shopping.
O Leblon será a terceira unidade do Kitchin – e a segunda em um shopping.
“Vamos levar toda a nossa experiência com a operação em shopping,” diz Gabriel, hoje com 27 anos. “Há uma demanda por esse tipo de restaurante no Leblon.”
Os preparativos envolvem um fator essencial para preservar a qualidade nos pratos e no serviço: recrutar e treinar os times de cozinha e de salão. O objetivo é ter um padrão idêntico ao das unidades paulistanas.
O pai de Gabriel, que fundou a marca de roupas Yachtsman, era um frequentador assíduo do Nagayama, no Itaim, onde sempre levava os filhos.
Foi ali que Gabriel propôs sociedade aos maîtres e gerentes Fernando Ramalho Silva e José Ferreira Souza, bem como ao sushiman Denis Watanabe. O trio trouxe seu conhecimento de como lidar com fornecedores, administrar o dia a dia da operação e, claro, desenvolver os pratos.
O investimento inicial no Kitchin já se expandiu para novas marcas. Em meio à pandemia, Gabriel abriu o Aima, no shopping Iguatemi, e já havia inaugurado o Su, no Pátio Higienópolis.
Os negócios foram reunidos sob o guarda-chuva do grupo Attivo. Outra novidade para este ano é a abertura do italiano La Serena no Shopping JK, prevista para o mês que vem.
No lugar de sushis e tirashis, o fratello do Kitchin servirá crudos, aperitivos e pratos da culinária italiana.
“Acreditamos muito na composição de um portfólio complementar de marcas e conceitos no Attivo, além de construir valor por meio de uma estratégia diversificada em nossa atuação,” diz Gabriel. “Com a nossa expertise em operar restaurantes, podemos trabalhar com cozinhas distintas, o que nos permite compor um mix de produtos e operações com menor exposição a uma determinada matéria-prima.”
Fora da culinária asiática, o grupo acabou de abrir o intimista Gioia, um piano bar e restaurante com cardápio italiano na rua Melo Alves, nos Jardins, onde há música ao vivo diariamente, em duas sessões. (A decoração buscou referência em um bar de Boston.)
Nos tempos bicudos da pandemia, o grupo conseguiu ganhar fôlego graças ao delivery, tanto próprio como dos aplicativos. São 11 mil pedidos por mês e, mesmo com o retorno dos clientes aos restaurantes, o delivery ainda responde por 25% das vendas totais.
Uma nova dark kitchen está sendo inaugurada na Barra Funda, além da que já existe no Itaim, dando mais agilidade para atender os pedidos das zonas oeste e leste de São Paulo.
Nos quatro restaurantes em atividade – os Kitchins, o Aima e o Su – passam 33 mil pessoas por mês. O ingrediente mais consumido é o salmão: quase 20 toneladas/mês.
Se o cronograma de abertura de novos endereços for confirmado, o grupo começará 2023 com o dobro do número de estabelecimentos: oito ao todo – incluindo um em Coral Gables, na Flórida, com uma nova marca, o Le Japon, previsto para ser inaugurado em janeiro.
Os sócios fizeram uma captação exclusiva para abrir o negócio nos Estados Unidos e assim não contaminar a operação brasileira. Gabriel já pesquisa um novo endereço para abrir um segundo restaurante na Grande Miami, provavelmente com a bandeira Su.