A Flo Health, uma startup inglesa de saúde feminina que desenvolveu um aplicativo usado diariamente por milhões de mulheres em todo o mundo, é a primeira femtech a chegar ao status de unicórnio.
A empresa, fundada por dois irmãos gêmeos da Bielorrússia, recebeu recentemente um aporte de US$ 200 milhões da General Atlantic, numa rodada que fez seu valuation furar a barreira do bilhão de dólares.
A Flo deve faturar US$ 200 milhões este ano, uma alta de quase 50% em relação a 2023.
O aplicativo auxilia no monitoramento de 70 sintomas, mas vem sendo usado sobretudo por mulheres que querem acompanhar seu ciclo menstrual e de ovulação. Os recursos são particularmente úteis para as mulheres que buscam a fertilização in vitro.
O time da Flo “construiu um aplicativo essencial e adorado pelas suas usuárias em todo o mundo,” Jessie Cai, a vp da General Atlantic responsável pelo investimento, disse ao Brazil Journal.
Para ela, a Flo tem um mercado potencial gigantesco: “O produto deles é relevante para praticamente todas as mulheres – ou seja, metade da população mundial.”
A Flo superou 70 milhões de usuárias ativas, sendo que 5 milhões assinam o serviço pago. A empresa afirma que já contribuiu para que 35 milhões de mulheres conseguissem engravidar.
Com sede em Londres, a startup foi fundada há quase dez anos por dois irmãos gêmeos da Bielo-Rússia, Dmitry e Yuri Gurski.
Em 2016, os irmãos conseguiram atrair o primeiro US$ 1 milhão em seed capital. No ano seguinte, receberam outro aporte, de US$ 5 milhões – incluindo a participação da super model russa Natalia Vodianova.
Novas rodadas vieram nos anos seguintes, e em 2021 a empresa foi avaliada em US$ 800 milhões depois de captar US$ 50 milhões numa Série B.
Agora a companhia vai aplicar os recursos injetados pela General Atlantic para continuar financiando sua expansão em novos mercados. Dois executivos da GA vão fazer parte do conselho da Flo.
Uma nova frente de atuação da plataforma agora são as mulheres entrando na menopausa ou em menopausa precoce.
Além de suas calculadoras e ferramentas para monitorar a saúde, a plataforma desenvolveu uma comunidade em que as usuárias trocam informações e esclarecem dúvidas. Um conselho multidisciplinar cuida da qualidade científica do conteúdo.
A Flo vem acumulando uma enorme base de dados a partir das informações compartilhadas por suas usuárias – mais de 1 bilhão de ciclos menstruais já foram monitorados. Mas a companhia afirma que não vende essas informações para terceiros e não as utiliza para direcionar anúncios publicitários.
As femtechs estão atraindo investidores e ganhando escala.
De acordo com dados da PitchBook, as startups desse segmento levantaram US$ 4,4 bilhões entre 2021 e 2023.
Já a consultoria Emergen Research estima que o faturamento anual das femtechs atingirá US$ 60 bilhões em 2027, mantendo um crescimento médio anual próximo de 16%. Em 2019, esse mercado não chegava a US$ 20 bilhões.