Os resultados do terceiro trimestre mostraram um cenário ainda difícil para as empresas listadas: retração de 21% no lucro líquido e 11% no EBITDA na comparação anual.

Mas ao se excluir Petrobras e Vale, os números mudam: crescimento 1% no lucro e queda de apenas 1% no EBITDA.

Entrando mais fundo nos dados, o Itaú BBA acha que o mercado chegou a um ponto de inflexão.

Os analistas afirmam que houve uma melhora na tendência de ganhos no curto prazo – liderada especialmente pelas empresas domésticas, seguida pelas companhias de commodities.

“Para 2024, esperamos que o crescimento dos earnings seja impulsionado por empresas financeiras e do mercado doméstico, enquanto commodities provavelmente deverão ter desempenho inferior,” escreveram no relatório.

Nos últimos três meses, o consenso de lucro por ação já subiu 4% para este ano e 13% para 2024.

O time do analista Daniel Gewehr destacou oito ações que juntam momentum operacional, teses de crescimento e, consequentemente, revisões para cima: Nubank, Vale, Suzano, Equatorial, Eletrobras, Prio, Mercado Livre e Hapvida.

O Nubank aparece como a top pick do Itaú para o setor financeiro, assim como Vale e Suzano são as principais escolhas em commodities. A Equatorial aparece como a melhor empresa em utilities.

A Eletrobras, por sua vez, teve seu EPS revisado em 11% nos últimos três meses, enquanto a Prio teve um uma alta de 7% nas expectativas para o EBITDA de 2024.

Já Hapvida e Mercado Livre estão entre as maiores revisões de lucro nas últimas quatro semanas – 16,8% e 9,8%, respectivamente – e tem apresentado resultados

Porém, o banco admite que está mais otimista do que o consenso de mercado. O EPS do Nubank, por exemplo, está 22% acima da média.

O Itaú também fez uma análise das teleconferências a partir do ChatGPT para identificar o sentimento dos executivos das companhias do Ibovespa.

Numa escala de 0 a 10 (zero para o mais pessimista e dez para o mais otimista), o banco chegou a uma pontuação média de 7,8 pontos, o que denota um viés otimista.